A ‘medicalização’ da miséria humana e o crescimento do consumo de antidepressivos

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Médicos em toda a Europa estão advertindo que o vertiginoso aumento da prescrição de antidepressivos ocorre devido à pressão de ‘medicalizar’ a infelicidade.  Eles se queixam que por falta de tempo na consulta e pela pouca disponibilidade de terapias alternativas, recorrem com demasiada frequência ao seu bloquinho de prescrição de medicamentos.

Esse é o resultado de um questionário enviado pelo jornal britânico The Guardian e cinco outros grandes jornais europeus. Foram entrevistados 100 médicos e psiquiatras europeus, cuja maioria disse que há uma ‘cultura de prescrição’ em seus países, na medida em que as pessoas com depressão não encontram uma ajuda adequada.

Muitos dos médicos – da Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Espanha, Luxemburgo, Bélgica e Holanda – disseram que eles acreditam que os antidepressivos sejam o tratamento efetivo para casos de depressão grave. Não obstante, dezenas dos médicos expressaram frustração que por falta de tempo e de outras alternativas o que fazem é prescrever antidepressivos para todas as demandas que lhes chegam, independentemente de uma avaliação clínica realmente cuidadosa.

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Entre as várias declarações feitas pelos médicos, há por exemplo essa de Gladys Mujica Lescano, médica de um hospital de Barcelona:

                “Nós estamos medicalizando situações comuns: conflito, separação e          vicissitudes da vida”.

Confira a reportagem completa do The Guardian.