Uma história dramática de uma mãe

O suicídio do seu filho

0
7474

Trata-se de um depoimento pessoal de uma mãe que perdeu o seu filho devido às drogas psiquiátricas. É um drama como tantos e tantos outros que ocorrem no dia a dia.

É um depoimento enviado a Katinka Blackford Newman, uma inglesa cuja história pessoal com antidepressivos ficou conhecida internacionalmente após a publicação do seu livro The Pill That Steals Lives, One Woman’s Terrifying Journey To Discover The Truth about AntidepressantsO Mad in Brasil já postou um blog enviado por Katinka, clique aqui para vê-lo.

 

Querida Katinka,

Eu prometi lhe contar a história do meu filho, depois de ler várias publicações em seu site. As semelhanças são em tudo muito familiares.

O primeiro antidepressivo (entre os chamados SSRIs) foi receitado ao meu filho Aaron, aos 15 anos de idade, quando eu erradamente o enviei a um psiquiatra infantil. Até então, meu filho era uma linda alma, um músico, graduado, uma pessoa genuinamente doce.

Com o passar dos anos meu filho foi diagnosticado com transtorno obsessivo compulsivo, esquizofrenia, e várias outras “doenças”, o que resultou para ele o ter que andar com os venenos psiquiátricos que lhe eram prescritos em sua mochila .

De forma semelhante às muitas pobres e gentis almas das quais você fala, ele sabia que esses venenos estavam destruindo o seu cérebro, como ele me dizia. Ele perdeu a sua paixão pela música que escrevia, que tocava e cantava de forma tão bonita.

Ele me dizia que não mais conseguia pensar.

No dia em que ele deixou essa terra ele tentou me chamar, mas eu não não recebi a sua chamada. Ele estacionou seu carro em uma garagem da propriedade que possuímos e ‘foi a dormir’.

O último veneno foi o Effexor, que o colocou no hospital com um coração dilatado, anemia e outras condições.

Ele me disse que daquele dia em diante não iria nunca mais tomar nenhum outro SSRI.

E aí começaram os terríveis sintomas do desmame, mais fortes do que o seu pobre cérebro fragilizado poderia suportar.

Eu sinto a sua falta todos os dias.

Ele morreu em 14 de novembro de 2002, mas parece que foi ontem.

Eu não irei dizer um montão de lúgubres detalhes da sua horrível descida aos infernos com esses venenos, mas eu lhe agradeço muito pelos seus esforços para ajudar as pessoas a se darem conta do que elas estão fazendo para a nossa sociedade.

Que Deus a abençoe.

Atenciosamente,

Glenna Todovich (Mãe de Aaron).

P.S. Por favor, ouçam essa canção chamada “Dondante” (encontrada em um e-mail de Aaron) enviada a Aaron pela banda My Morning Jacket, amigos muito próximos a ele.

Se você quer ver mais detalhes, clique aqui.

Você tem uma história pessoal que queira tornar pública? Faça contato com o Mad in Brasil: [email protected]  A sua contribuição será importante para todos os que buscam a construção de um novo paradigma de abordagem do sofrimento psíquico.