Poesia Sobre o que é Desmedicalizar enviado por uma Psicóloga e Escritora

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Poesia enviada por Thalita Guimarães: 

“Essa escrita foi atravessada sobre um caso apresentado onde o cuidado era um dos pilares para entender o que é desmedicalizar”.

Por favor, não me diga o que eu tenho! Não me ofereça pílulas para anestesiar o que sinto. Eu conheço bem as minhas emoções, e elas não se resumem a essa tal “TAG” que espalham por aí. Também não são um simples conjunto de letras em um livro empoeirado. Isso não define o que estou vivendo. O que sinto é tão profundo que não pode ser reduzido a três categorias. Eu não me encaixo em nenhuma delas, pois tenho meu próprio molde, minha própria forma, e a considero tão bonita. Você não acha bonita também? Deveria achar, porque essa forma carrega um pouco de você. Afinal, você cruzou meu caminho, e sua forma também leva algo de mim. Não se pode criar uma forma sem que você se encontre em mim, e eu em você. Talvez eu seja avassaladora, porque mexo muito com você; percebo como você estremece quando me aproximo. Mas é que sinto tudo tão intensamente, com tanta beleza, que quero te contar. Desculpe, talvez eu tenha te atravessado. Mas aprendi que, na vida, se não soubermos atravessar com cuidado, podemos ser atropelados. E eu não quero ser atropelada — isso não é bom. Eu penso um pouco diferente, mas isso não é ruim. É um cuidado amoroso. Estou possibilitando o meu encontro com o sentir; sou construtora também! Estou estruturando o ser e desvelando a construção e desconstrução do meu próprio existir.

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