O conluio da psiquiatria com a indústria farmacêutica: o maior caso de iatrogenia na história

A saúde mental vem se deteriorando na medida em que o consumo de antidepressivos e outras drogas psiquiátricas aumenta entre nós

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Uma vez mais a Scientific American adverte ao público para a terrível possibilidade de que a psiquiatria esteja fazendo mais mal às pessoas do que as ajudando.

antidepressivosEm um recentente artigo de Sarah G. Miller, fica-se sabendo que “de cada 6 estadunidenses 1 toma uma droga psiquiátrica”.  Nos Estados Unidos, os antidepressivos são as drogas mais consumidas, seguidas por sedativos, pelos hipnóticos e drogas contra a ansiedade, e ainda os antipsicóticos. E o que se observa é que a tendência de consumo de drogas psiquiátricas aumenta a cada ano.

No Brasil, não temos indicadores precisos sobre o consumo de drogas psiquiátricas, mas há a percepção que os padrões de consumo entre nós siga essa mesma tendência globalizante.

Se estivéssemos falando de outras ‘enfermidades’, poderíamos pensar que o aumento do consumo de medicamentos significa que estamos impulsionando a saúde mental. Se diria que quanto mais as pessoas têm acesso aos medicamentos psiquiátricos melhores condições elas têm para garantir a qualidade da sua saúde mental. Mas no caso das drogas psiquiátricas é justamente o contrário!

Segundo  Edmund S. Higgins, professor de psiquiatria na Universidade Médica de Carolina do Sul, há que se reconhecer algo incontornável, quer dizer, a “verdade inconveniente” que a saúde mental em várias medidas vem se deteriorando. Em um estudo de 2013, Higgins escreve que “o número de transtornos mentais cresceu nas últimas duas décadas, mesmo quando outras condições graves se tornaram mais manejáveis”. Higgins sustenta que “uma falta de precisão e objetividade em diagnosticar e tratar a doença mental estancou o nosso progresso. Nós temos que abraçar novas estratégias de pesquisa e prevenção para avançar”.  A tese de Higgins é que, as drogas psiquiátricas, embora seja indiscutível que ajudem algumas pessoas em curto prazo, levando a ‘estórias bem sucedidas’, são medicamentos que podem ao longo prazo de uso produzir nítidos efeitos danosos para amplas populações.

Higgins reitera o que vários renomados cientistas vem afirmando, como por exemplo , fundador e um dos diretores do Cochrane Institute, conforme artigos já publicados aqui no Mad in Brasil.

anatomy-of-an-epidemicOra, é essa a tese perturbadora do livro que no primeiro semestre de 2017 será lançado pela Editora da Fiocruz, o livro do jornalista Robert Whitaker,  Anatomy of an Epidemic: Magic Bullets, Psychiatric Drugs, and the Astonishing Rise of Mental Illness in America.

Assim como começa a ocorrer em diversas partes do mundo, é hora que os profissionais de saúde mental no Brasil lidem com a possibilidade de que na grande maioria dos casos as drogas psiquiátricas causam mais danos do que benefícios.

Conforme o que vem sendo afirmado por diversos cientistas renomados, somos contemporâneos do que provavelmente é o maior caso de iatrogenia (doenças produzidas pelo próprio exercício da medicina) da história, graças à aliança inescrupulosa da psiquiatria com a indústria farmacêutica.

Leia o artigo na íntegra que foi publicado em Scientific of America: clique aqui.