Você, como tantos outros, que começou a tomar Velanfaxina (Effexor), a pedido de seu(s) médico(s), preste bem atenção.
A Velanfaxina é usualmente prescrita para dar conta de problemas psicológicos, como a depressão, o transtorno de ansiedade e a insônia.
Basicamente: o medicamento é prescrito para ajudar as pessoas a darem conta de uma experiência de estresse. Como esse medicamento age? Promovendo alterações nas estruturas no cérebro. Por que uma droga para alterar o funcionamento do cérebro? Porque se supõe que o sofrimento seja consequência de desequilíbrio na química do cérebro. E porque se supõe que o medicamento prescrito reequilibra o cérebro. Esse é o senso-comum. Não apenas seu, enquanto paciente. Mas tal pressuposto é igualmente compartilhado pela grande maioria dos profissionais de saúde mental e pela a sociedade em geral.
Após começar a tomar a Velanfaxina, o que muitas pessoas logo se dão conta é que – ao mesmo tempo que esse medicamento ajuda a acalmar as suas dores emocionais agudas, do momento – ao final das contas esse medicamento realmente não as ajuda a dar conta dos seus reais problemas. E que na verdade esse remédio é a droga que pode piorar a vida delas. A literatura científica a respeito é farta em evidências do quanto os antidepressivos, e em particular a Velanfaxina, produzem muito mais males do que benefícios.
E muitas pessoas sabem disso. Elas apenas querem algo para mascarar a sua dor. Elas sabem que a Velanfaxina não irá ‘dar conta’ da causa do seu sofrimento. Como sabem as pessoas que tomam qualquer tipo de droga psicoativa, como álcool, maconha, a cocaína e assim por diante.
E com o tempo, quando esse medicamento prescrito pelo médico e comprado em uma farmácia começa a aumentar os seus problemas e torná-los pior do que antes – aí há um problema de fato. Um problema a princípio não esperado. É isso o que ocorre com muitas, senão com a maioria das pessoas
Você que está tomando essa droga e quer deixar de tomar. Você que quer tentar uma outra abordagem para lidar com o seu sofrimento. Pois então, o que ocorre com você e com a maioria das pessoas, ao querer deixar de tomar essa droga?
Você descobre que não lhe foi dito que a desintoxicação (detox) e os sintomas quando se abandona essa droga podem ser terríveis.
Se você se considera estar preparado para deixar de tomar essa droga, continue a ler.
Se for a primeira vez que você está considerando que a Velanfaxina irá tratar a sua depressão, o sugerido é que você de forma alguma deixe de discutir essa opção de tratamento com o seu médico. Sabe por que? Porque podem ocorrer seríssimas consequências para a sua vida e para o seu bem-estar, que escaparão da sua consciência no primeiro momento em que você se sinta melhor emocionalmente, mas que com o passar do tempo, na medida em que você queira reassumir a sua vida normal e as suas atividades, você pode vir a se sentir incapaz devido a seus efeitos colaterais.
Saiba que a Velonfaxina é considerada entre as drogas que mais causam problemas quando interrompida. Leia com atenção a bula que acompanha a droga vendida na farmácia. Letras mínimas para serem lidas, ademais de haverem muitas informações. Senão, procure saber o que a literatura científica diz a respeito. Aqui no nosso site do Mad in Brasil, há boas referências – sempre atualizadas.
Iremos apresentar, suscintamente, alguns dos fatores que podem ajudar a você a escolher deixar ou a evitar a Velanfaxina.
Em primeiro lugar, saiba o que ocorre quando se interrompe essa droga. E por aí dá para ter uma ideia do que você está colocando em seu corpo diariamente, ao longo de meses, com frequência anos.
Sintomas comuns quando se interrompe (se desintoxica) a Velanfaxina
- Apatia
- Dores de cabeça (com frequência nos seios faciais)
- Náusea
- Irritabilidade
- Tremores
- Sudorese
- Aumento da ansiedade
- Tontura
- Desorientação
- Sensações de calor/frio
- Transpiração intensa
- Pesadelos intensos/perturbadores
- Insônia
- Problemas estomacais
- Urticária
- Nevoeiro mental
- Diarreia
- Problemas de visão
- Sentindo como se a glote esteja apertando
- Dores no corpo
- Juntas inchadas
- Reflexo gástrico
- Ausência de libido
- Movimentos intestinais irregulares
- Dormência
Sintomas mais severos com a abstinência da Velanfaxina
- Uma contínua sensação de vertigem/estar bêbado/queda.
- Contínuos ‘choques’ no cérebro/ vibrações dentro da cabeça.
- Mudanças fortes de humor. Feliz em um momento, em prantos logo depois. Frequentes pensamentos suicidas.
- Forte náusea e vontade de vomitar.
- Pressão alta.
- Síndrome da serotonina.
- Incapacidade mental.
- Alto colesterol.
- Sentimento que está morrendo.
Esses são os sintomas mais frequentes da abstinência, que ocorrem quando alguém subitamente deixa de tomar Velanfaxina, ou quando deixa de tomar essa droga em um ritmo não adequado para dar conta do ‘tranco’.
Para a maioria das pessoas isso não dura mais do que três meses após completamente deixarem de tomar esse medicamento. Mas para outros ainda os efeitos duram por um tempo bem maior.
O que é importantíssimo saber: se você está tomando Velanfaxina por um longo tempo, você não pode interromper abruptamente e esperar não ter efeitos colaterais severos. A experiência acumulada sugere que deixar de tomar essa droga deve ser feito em um ritmo lento, porque sua ação está há tempos influenciando fortemente o equilíbrio no seu cérebro. O seu corpo necessita de tempo. Ele não tem condições de voltar a estar normal em um estalar de dedos, quer dizer, simplesmente pela vontade.
Como se livrar da Velanfaxina?
Para ter retiradas MÍNIMAS é a melhor prática cortar a dosagem em uma taxa entre 5-10% de cada vez. A cada duas semanas, no mínimo. Não mais do que isso, em termos de dosagem, e não menos do que em duas semanas. Para que o seu corpo e a sua forma de estar no mundo se adaptem. É essa a experiência narrada pelos ‘sobreviventes da psiquiatria” dependentes químicos das drogas psiquiátricas.
Sabe-se que quase que a totalidade dos médicos desconhecem como fazer com que seus pacientes deixem de depender dos antidepressivos.
Para os médicos em geral, os sintomas que aparecem com a diminuição ou interrupção das drogas psiquiátricas são devidos ao suposto ‘transtorno mental’, e não à dependência química criada pelos medicamentos por eles prescritos.
Quando os pacientes reivindicam deixar de tomar antidepressivos, como a Velanfaxina, alguns médicos recomendarão a seus pacientes que diminuam progressivamente, cortando a dosagem pela metade. Por exemplo, de 150 mg para 75 mg, e daí para 37.5 mg, etc.
Mas a literatura científica e as experiências relatadas pelos pacientes estão aí a demonstrar que cortar a dosagem dessa forma pode causar alguns daqueles sintomas colaterais mencionados acima, que podem ser insuportáveis. O que reforça o suposto ‘desequilíbrio químico’ no paciente, a justificar a continuação do tratamento psicofarmacológico.
As dificuldades
Ao invés de contar os grânulos da Velanfaxina RX (cápsulas), para ir diminuindo a dosagem, o melhor seria usar Velanfaxina em comprimidos. Algo que a indústria farmacêutica não quer. Porque é muito mais prático cortar a dosagem em um comprimido do que ficar a contar os grânulos de uma cápsula. Contar grânulos, por dias, semanas, meses, é uma experiência degradante, venhamos e convenhamos.
Utilizando o Velanfaxina em comprimidos
A Velanfaxina em comprimidos aparece em doses: 25 mg., 37.5 mg, 50 g, 100 mg. Mas não é fácil ser encontrada no mercado.
Porque com um cortador de comprimidos, você poderia dividir um comprimido pela metade. Ou em um quarto. Ou em um oitavo. Etc. E assim você teria controle sobre os passos que está tomando.
Para melhor dominar esse procedimento, veja esse link.
Qual é o tempo para deixar de tomar essa droga?
Depende, realmente. A maioria das pessoas que estão tomando antidepressivos – como a Velanfaxina – podem esperar pelo menos um ano de processo de interrupção, se não querem experimentar graves efeitos colaterais.
Mas isso depende de cada um. Há pessoas que o processo dura entre duas semanas a três meses.
O que depende da dosagem. Do tempo de dependência criada. Do seu corpo. Mas igualmente, e muito em particular, do seu entorno social. Embora se saiba que muitos dos usuários de antidepressivos destruiram as relações afetivas básicas, pela perda da libido e pelo embotamento das emoções.
O importante
Há uma abundante literatura a demonstrar o quanto faz mal o uso a médio e longo prazos de antidepressivos.
Além dos seus efeitos nocivos ao corpo, que são abundantes, há os efeitos psicossociais propriamente ditos, em particular, em termos afetivos, o que não é demais ser relembrado. Um grande número de divórcios são consequência dos antidepressivos, apenas para dar um exemplo entre os mais significativos.
E a indústria farmacêutica?
Ela nega. Sistematicamente nega os males produzidos.
Há uma luta internacional para que a Pfizer, produtora da Velanfaxina, ponha no mercado a sua droga em dosagens menores, para facilitar o trabalho de desintoxicação da droga comercializada. Vide o site. Algo que aqui no Brasil deveria ser perseguido.
O recomendável?
Que os antidepressivos sejam proibidos. Segundo um dos mais famosos institutos de pesquisa sobre evidências da medicina, o Instituto Cochrane, os antidepressivos devem ser radicalmente proibidos.
E enquanto ainda é prescrita?
Por que não se começar a preparar os CAPS-AD, hoje destinados a viciados em álcool e drogas ilícitas, para que deem conta dos dependentes químicos produzidos pela própria Psiquiatria?
Certamente que os desafios são hoje, semelhantes, senão muito maiores, dos que enfrentamos com os dependentes químicos de álcool e drogas ilícitas.
O recomendável
O ideal é que você tenha um médico de confiança acompanhando o processo de desintoxicação de antidepressivos ou qualquer droga psiquiátrica.