Comprimidos para a Dor da Vida: os Antidepressivos

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Publicado em 2013, no Jornal El País: O uso de psicofámarcos, de maneira especial, antidepresivos, disparou em toda a Europa. Na Espanha e Reino Unido, dobraram nos últimos dez anos. Algumas causas apontadas por especialistas para esse crescimento excessivo é a extensão do diagnóstico daquilo que se considera depressão, a medicalização do sofrimento cotidiano e a indicação desses fármacos para outras patologias (transtornos endócrinos e fibromialgia, por exemplo). O problema não se resume ao uso de antidepressivos, exemplo disso é que,  no mesmo ritmo estão crescendo o uso de ansiolíticos e dos medicamentos hipnóticos e sedativos.

O psiquiatra Alberto Ortiz Lobo acredita estejam sendo patologizadas emoções normais, sob o rótulo de ‘depressão’. Pelo fato de nos anos 90 a indústria farmacêutica e algumas sociedades médicas terem feito programas específicos e campanhas de difusão para detecção da depressão. Segundo o psiquiatra, agora detrás dessa construção da ‘depressão’, mete-se na categoria de diagnóstico qualquer sintomatologia de tristeza ou desânimo.

Várias pesquisas científicas nos últimos anos analisaram a eficácia e o benefício dos antidepressivos no combate a sintomas leves ou moderados da depressão. Todos chegaram a conclusões similares, a eficácia do medicamento é muito limitada. Inclusive é interessante ressaltar um dos resultados, publicados na Revista Plos Medical, que concluiu que os antidepressivos tinham a mesma eficácia que placebo.

A Associação Espanhola de Neuropsiquiatria (AEN) reconhece esse excesso de diagnósticos e receitas de medicamentos para o sofrimento cotidiano.

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