Tomei meu Primeiro Antidepressivo esta Semana. Os Efeitos foram Assustadores

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Publicado no The Guardian, o relato da colunista Deborah Orr ao tomar pela primeira vez um antidepressivo. Uma experiência que certamente é compartilhada por um grande número de pessoas que passaram a fazer uso de antidepressivos para lidar com as suas aflições psíquicas.

‘Popping my first Citalopram was quite a thing, not least because I dropped my pill about 90 minutes before curtain up for the RSC’s production of The Tempest at the Barbican.’ Photograph: REX
‘Popping my first Citalopram was quite a thing, not least because I dropped my pill about 90 minutes before curtain up for the RSC’s production of The Tempest at the Barbican.’ Photograph: REX

Eis alguns trechos do seu relato:

“A fim de regular o humor, a ansiedade e a felicidade, muitas pessoas sabem o que são os ISRSs – antidepressivos que impedem o cérebro de absorver demais a serotonina que produzimos. E muitas pessoas tem conhecimento sobre essas drogas em primeira mão, pela simples razão de que elas as usaram. No ano passado, de acordo com o NHS Digital, não menos que 64. 700 milhões de prescrições de antidepressivos foram fornecidas apenas na Inglaterra. Em uma década, o número de prescrições duplicou.

“Na terça-feira passada, passei a fazer parte dessa multidão ao decidir jogar para dentro o meu primeiro Citalopram. Foi muito significativo – não apenas porque, como uma idiota, engoli a minha pílula cerca de 90 minutos antes que a cortina de Royal Shakespeare Company abrisse para o início de A Tempestade, no Teatro de Barbican. É isso mesmo. Esta não é apenas uma doença mental: é uma doença mental da elite metropolitana. Foi uma experiência teatral bastante esmagadora.

“A primeira indicação de que algo acontecia comigo ocorreu quando me aproximei da minha estação de metrô local. Percebi que estava em um estado de extrema dissociação, caminhando como se estivesse completamente presente no mundo, mas ao mesmo tempo  sentindo-me completamente separada dele. Eu estava totalmente guiada pelo meu piloto automático mental.

“Passei praticamente toda a quinta-feira em um longo ataque de pânico de baixo nível – mantendo-me ocupada, dizendo a ninguém o que estava se passando. Não queria mencionar isso, porque isso pioraria. Em um momento, no parque com meu irmão, ele insistiu, por acaso, que eu subisse a colina até a parada de ônibus em vez de descer, como eu queria, sob calor. Quando cheguei ao ponto de ônibus, minhas pernas mal trabalhavam, e eu estava presa a tremores convulsivos.”

Não deixe de ler esse relato feito por Deborah Orr sobre a sua experiência pessoal com antidepressivos. E se você se sentir à vontade para narrar a sua experiência pessoal, não relute em enviar a sua narrativa para o site do Mad in Brasil, para que mais pessoas possam aprender com a sua experiência.

A matéria do The Guardian você a encontra na íntegra clicando aqui.