Paulo Amarante e Sidarta Ribeiro Participam do Programa Caminhos da Reportagem na Tv Brasil com o Tema Medicalização da Vida

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No dia 30 de julho de 2023 às 22 horas foi ao ar pela Tv Brasil o programa Caminhos da Reportagem com o tema “Medicalização da Vida”. Participaram Paulo Amarante, psiquiatra e pesquisador do LAPS/ENSP e do CEE/Fiocruz, Renato Malcher, neurocientista e professor da UNBa, o biólogo e neurocientista Sidarta Ribeiro, do CEE/Fiocruz, o sanitarista Luiz David Castiel, da ENSP/Fiocruz, médico sanitarista, e Reginaldo Arcuri presidente do Grupo FarmaBrasil.

“Estamos ficando cada vez mais doentes por efeito da própria medicina” (Paulo Amarante)

A reportagem debateu os temas da patologização e medicalização da vida, com o objetivo de questionar se realmente a sociedade está mais “saudável” tomando remédios ou mais adoecida e, assim, desmistificar o mito de que tudo se resolve através do uso de medicamentos.

Na reportagem Paulo Amarante menciona, como o marketing é utilizado pela indústria farmacêutica como o intuito de demonstrar que o medicamento é a única solução para o tratamento, sendo que qualquer psiquiatra consciente e bem informado sabe que os problemas psíquicos não são somente biológicos, causados por neurotransmissores, e o quanto é necessário ter uma atenção para cuidados da vida como: hábitos alimentares, história de vida, atenção e estresse do dia a dia.

Já Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, afirma que o objetivo da indústria farmacêutica é sempre avançar na cura e na estabilização das doenças. “O lucro, como qualquer atividade num sistema capitalista de livre iniciativa, é parte essencial, é necessário para a empresa pagar salários, impostos, manter a sua estrutura funcionando. É da lógica do sistema”, defende.

No entanto, Sidarta Ribeiro fala sobre a hiperfarmacologização que levou de forma reducionista o quanto se olha para a depressão como um problema biológico, o mesmo levanta um questionamento “dormir, se alimentar e fazer exercícios são a base da saúde humana há 300 mil anos. Por que não seria agora? ”.

“… Medicalização excessiva que caracteriza as últimas décadas, ela é na verdade, infelizmente, um reflexo de um conflito de interesses, entre a indústria farmacêutica e a medicina” (Sidarta Ribeiro)

Luiz David Castiel, critica a indústria farmacêutica por estimular o consumo de remédios. “O papel da indústria farmacêutica é o papel que as indústrias têm, que é produzir determinados objetos para serem consumidos”.

A reportagem trata ainda da hiperpatologização de casos de Transtorno do Espectro Autista e do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e, ainda, da importância da medicação em determinadas situações.

LINK para acessar a reportagem completa:  https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-reportagem/2023/07/medicalizacao-da-vida