Comunidades Terapêuticas: aceitar Jesus ou porrete

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Em seu 10º. Episódio da 3ª. temporada do Greg News, com Gregório Duvivier. O tema é as Comunidades Terapêuticas. Com muito humor, Gregório nos apresenta uma contundente crítica do que representam as Comunidades Terapêuticas para o tratamento de dependentes químicos.

As Comunidades Terapêuticas (CTs), como espaço de tratamento para dependentes químicos, passaram a ser prioridade do Governo Bolsonaro. Cerca de 82% das comunidades terapêuticas são vinculadas a igrejas e a organizações religiosas. Nomes como ‘Comunidade Jesus Luz do Mundo’, ‘Fazenda do Senhor Jesus’’, ‘Jesus em Damasco’, ‘Dr. Jesus’.  É verdade que desde o governo Lula, uma das prioridades das comunidades evangélicas têm sido assegurar que o dinheiro público financie essas comunidades terapêuticas. Exemplo disso, a ‘Dr. Jesus’, do deputado federal pastor sargento Isidório, recebe R$ 10 milhões do Estado por ano do governo da Bahia. Isidório se diz “ser apenas laranja de Deus”.

A destinação pública de recursos públicos para sustentar as CTs não é recente.  Desde 2013, vem ocorrendo o financiamento federal das CTS. Em 2013, a então chefe da Casa Civil do governo Dilma, Gleise Hoffman, fazia lobby para a liberação de R$ 230 milhões para as CTs.

Sabe-se bem que práticas terapêuticas são as dominantes nas CTs. Denúncias de maus tratos se multiplicam. Como é bem lembrado por Gregório Duvivier, não é apenas Jesus a quem se recorre para a cura dos dependentes químicos, mas à violência física propriamente dita. O deputado federal pastor sargento Isidório faz da missionária Tereza como a principal técnica terapêutica em sua CT. E quem é Tereza? Um porrete de madeira que ele diz ser a responsável pela recuperação dos dependentes químicos. Essa orientação terapêutica é mais comum do que se pode imaginar nas CTs: castigos físicos, trabalho análogo à escravidão, medicação injustificada, privação de liberdade e eletrochoque. Quem ganha com a nova lei de drogas do governo Bolsonaro? Os donos das clínicas e das comunidades terapêuticas, como é bem mostrado nesta reportagem do Intercept.

Enquanto isso, os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) que fazem atendimento diário com supervisão médica e psicológica, que praticam a redução de danos recomendada pela própria OMS, estão sendo desativados por falta de suporte financeiro e pela carência de profissionais.

Veja o vídeo na íntegra aqui.