PELA SUPERAÇÃO DO MODELO CONSERVADOR : Em tempos sombrios, vamos falar de saúde mental

Não dá mais para camuflarmos o sofrimento e o adoecimento psíquico e sua relação com as determinações sociais

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Matéria escrita por Raquel Gouveia Passos, recentemente publicada no Le Monde Diplomatique-Brasil:

“[…] Precisamos compreender as múltiplas concepções de saúde mental que estão em disputa e representam diferentes projetos políticos e econômicos. Não podemos nos permitir a ingenuidade, uma vez que a produção de doenças e adoecimento não está restrita aos olhares e atenção do campo da saúde mental. O controle dos corpos e subjetividades de mulheres, pobres, negros, LGBTs e usuários de drogas sempre perpassou a patologização, medicalização e institucionalização, o que vem sendo atualizado, inclusive, pela suposta ‘guerra às drogas’ ”

“[…] Nesse caminho, afirmamos que abordar saúde mental é falar de vida. Em outras palavras, a negação das possibilidades de realizar escolhas concretas e subjetivas ocasiona sofrimento e pode levar ao adoecimento. Não ter um salário digno, condições de moradia e saneamento básico, alimentação adequada, transporte público, lazer e cultura, saúde, educação etc. impacta na existência dos indivíduos podendo ocasionar tristeza, angústia, insônia, irritabilidade, ansiedade e outros sentimentos que prejudicam o bem-estar em sua integralidade. Portanto, em tempos sombrios nada mais relevante do que retomarmos estratégias de cuidado em saúde/saúde mental para a promoção de ações coletivas de resistência. Afinal, de qual saúde mental interessa falar?”

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