Um Comentário sobre a Análise Finlandesa dos Resultados do Primeiro Episódio de Esquizofrenia

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JoannaUm recente estudo observacional, que buscou saber o que aconteceu com as pessoas após uma primeira internação por esquizofrenia, concluiu que a interrupção do tratamento com antipsicótico está associada a maiores riscos de morte e rehospitalização (Tiihonen et al., 20181). Este é o último artigo de um grupo de pesquisadores finlandeses especializados em análises complexas de dados de registros populacionais e, ao contrário de muitos outros dados, sempre acham que o tratamento medicamentoso a longo prazo é bom para a sua saúde. Eles têm ligações extensas com empresas farmacêuticas que produzem antipsicóticos.

O último estudo usa os registros da população finlandesa que registram mortes e episódios de hospitalização e um registro de prescrição de antipsicóticos. O resultado principal foi uma variável que foi chamada de ‘falha do tratamento’, que consistiu em uma combinação de rehospitalização e morte. É um pouco curioso o uso de uma medida combinada, já que a morte e a readmissão tendem a mostrar diferentes padrões de ocorrência e diferentes associações. Outra característica curiosa é que as pessoas que interromperam os antipsicóticos nos primeiros 30 dias após a alta hospitalar foram excluídas da análise, sem qualquer justificativa aparente.

O estudo tem uma amostra grande, e eu presumo que os registros usados sejam abrangentes, de modo que o acompanhamento tenha sido bem completo. Não obstante, a confiabilidade dos dados sobre o uso de antipsicóticos tem sido questionada (De Hert et al., 20102). Os autores apontam as limitações dos ensaios clínicos randomizados na coleta de dados de acompanhamento a longo prazo e oferecem seu estudo como uma contribuição que pode ajudar a preencher essa lacuna. No entanto, há vários problemas bem reconhecidos nesse tipo de estudo e devemos ser muito cautelosos ao aceitar suas conclusões pelo que de imediato aparece.

O principal problema é que se trata de um estudo ‘observacional’ e não um ensaio clínico randomizado. Um estudo observacional é quando se olha para os resultados de pessoas que têm uma condição de saúde determinada e que recebem tratamento da maneira usual. Não se intervém ativamente como se faria em um estudo randomizado para garantir que as pessoas que fazem o tratamento sejam praticamente as mesmas que as que não recebem tratamento. Estudos observacionais desse tipo podem fornecer resultados completamente opostos aos daqueles obtidos em ensaios clínicos randomizados. Isso aconteceu no caso da droga para insuficiência cardíaca, a espironolactona, por exemplo. Um estudo randomizado controlado mostrou que a espironolactona reduz o risco de morte em cerca de 30%, mas uma análise cuidadosamente combinada dos dados observacionais verificou incorretamente que o seu uso aumentava o risco de morte em cerca de 30% (Freemantle et al., 2013[i]).

Os autores de estudos observacionais estão cientes de que as pessoas que tomam remédios tendem a diferir de maneiras importantes das que não o fazem (ou mesmo daquelas que descontinuam cedo, o que é o foco do estudo finlandês) e que essas diferenças podem estar relacionadas ao resultado do objeto de interesse e não pode ser capturado em ajustes estatísticos durante a análise. Por exemplo, pessoas que são prescritas espironolactona podem ser mais velhas ou mais jovens, e podem estar mais ou menos doentes, do que aquelas que não são. Por essa razão, os autores de estudos observacionais costumam fazer grandes esforços para combinar cuidadosamente usuários e não usuários em uma variedade de fatores, tanto demográficos quanto relacionados à saúde. Eles podem construir ‘escores de propensão’ que combinam um número de variáveis que predizem a exposição ao tratamento que é objeto de interesse, e combinam pessoas que são e não são tratadas de acordo com essas pontuações. Isto é o que os autores da análise de espironolactona fizeram. No entanto, no presente estudo, as pessoas foram pareadas apenas pelo tempo em que estavam tomando antipsicóticos. Idade e sexo foram controlados na análise subsequente, mas parece não ter havido qualquer tentativa de controlar os numerosos outros fatores que podem influenciar os resultados como são morte e readmissão. Em uma análise prévia da mortalidade para o mesmo grupo, as seguintes variáveis foram controladas de alguma forma: idade, sexo, duração da doença, tratamento hospitalar prévio devido à tentativa de suicídio, diagnóstico de esquizofrenia, câncer e doença cardíaca isquêmica (Tiihonen et al., 2009[ii]). Os autores ainda foram criticados por não incluírem variáveis que podem ter efeitos importantes sobre a mortalidade, como status socioeconômico, uso indevido de substâncias, indicadores de estilo de vida pouco saudável e fatores detalhados de risco cardiovascular (De Hert, Correll, & Cohen, 2010). A gravidade dos sintomas, o status funcional, o apoio social, o uso de outros medicamentos e vários outros fatores também podem afetar as chances de morte prematura ou de readmissão hospitalar. No entanto, no presente estudo, não houve esforço para comparar os pacientes com quaisquer fatores de risco em potencial. Os autores argumentaram que a duração do tratamento antipsicótico é uma medida indireta da gravidade, mas isso parece improvável, já que eles estavam apenas observando a duração do tratamento após a primeira hospitalização. Portanto, é improvável que a correspondência conduzida neste estudo tenha resultado em grupos com níveis semelhantes de fatores de risco subjacentes para os desfechos objeto de interesse.

No entanto, com o cuidado de comparar as pessoas, o verdadeiro problema dos estudos observacionais é que provavelmente haverão diferenças residuais entre as pessoas que tomam o medicamento e as que não o fazem, o que pode estar relacionado ao resultado. Na análise do tratamento com espironolactona, apesar da tentativa mais sofisticada de correspondência, os resultados ainda estavam completamente em desacordo com aqueles obtidos em ensaios clínicos randomizados.

Essas diferenças ocorrem porque a decisão sobre quem continua e quem interrompe o tratamento em estudos observacionais não é aleatória. É uma decisão tomada por pacientes ou clínicos que provavelmente está relacionada a outros fatores que predizem o desfecho. Por exemplo, sabemos que as pessoas que estão em conformidade com qualquer tratamento, incluindo placebo, têm melhores resultados do que aquelas que não estão em uma variedade de condições. Na Iniciativa de Saúde da Mulher, por exemplo, mulheres que apresentaram alta adesão ao placebo tiveram menores taxas de fraturas de quadril, ataques cardíacos, morte por câncer e morte por todas as causas em comparação àquelas que apresentaram baixa adesão (Curtis et al., 2011). Parece que as pessoas que aderem ao tratamento recomendado têm outras características que as levam a que se saem bem. Elas podem ser mais fisicamente ou mentalmente saudáveis, mais propensas a se engajar com outros aspectos do tratamento e podem ter mais apoio social. Por outro lado, as pessoas que interrompem a medicação podem estar mais doentes, com maior risco de negligenciar sua saúde de outras maneiras e podem ter um estilo de vida mais caótico e menos apoio social. Não sabemos quais fatores desconhecidos estão influenciando os resultados, e é improvável que possamos identificar e avaliar tudo o que é relevante.

As decisões dos médicos para prescrever ou parar a medicação também não são aleatórias. Em particular, os médicos podem evitar prescrever uma droga com complicações físicas conhecidas em alguém que já tenha fatores de risco para o desenvolvimento dessas complicações. Eles não podem prescrever olanzapina para alguém que já tem diabetes, por exemplo. Portanto, se você observar os dados dos cuidados clínicos de rotina, você pode achar, ao contrário das evidências farmacológicas, que a olanzapina tem menor probabilidade de estar associada à diabetes do que outras drogas. Da mesma forma, quando alguém está seriamente doente fisicamente, os médicos podem decidir parar alguns medicamentos. Como os antipsicóticos são conhecidos por serem cardio-tóxicos, os médicos podem decidir não usar essas drogas se alguém pode desenvolver uma doença cardíaca, por exemplo.

Não conhecer as causas de morte no presente estudo torna os números ainda mais difíceis de interpretar. Os números apresentados nas informações suplementares sugerem que as pessoas que nunca usaram antipsicóticos desde a alta hospitalar tiveram o maior número de mortes, seguidas por aquelas que descontinuaram os antipsicóticos no período de um ano, mas aquelas que interromperam os antipsicóticos após períodos mais longos não apresentaram maiores taxas de morte em comparação com aqueles que continuaram com os antipsicóticos, embora o número de mortes para esses grupos tenha sido pequeno. As mortes que ocorreram após a hospitalização (que podem incluir a admissão em um hospital geral) também não seriam registradas nesses dados, no entanto, o que pode subestimar o risco de morte em geral.

Na comparação não emparelhada (nenhum grupo combinado é fornecido para essa comparação), o risco de rehospitalização foi apenas ligeiramente maior entre os não usuários em comparação com os usuários contínuos de medicação antipsicótica (HR 1,24 IC 1,18-1,30). Na comparação dos grupos de utilizadores contínuos e dos descontínuos ‘emparelhados’, o risco de rehospitalização aumenta com uma duração mais longa do tratamento antes da interrupção (ver figura).

adjusted-hazard-ratio PortuguêsNo entanto, a análise é o que é conhecido como análise de ‘sobrevivência’ ou ‘tempo para evento’. Os números e proporções de pessoas hospitalizadas de fato foram comparáveis entre usuários contínuos e descontinuadores, mas o tempo de seguimento foi menor. O acompanhamento terminou no momento da rehospitalização (ou quando as pessoas mudaram de status antipsicótico – isto é, quando os descontínuos começaram a usar antipsicóticos novamente, ou quando os usuários pararam de tomá-los), o que sugere que as readmissões ocorreram mais cedo em pessoas que interromperam antipsicóticos, mas não necessariamente mais comumente. Esse achado é consistente com outras evidências mostrando que interromper os antipsicóticos traz o risco de recaída, mas pode não influenciá-lo a longo prazo. Isso foi demonstrado no estudo Wunderink de pessoas com primeiro episódio de psicose (Wunderink et al., 20136).

O foco em eventos de curto prazo também explica a discrepância entre o presente estudo e os achados do estudo de Martin Harrow, sugerindo que as pessoas que evitam o tratamento contínuo de longo prazo obtêm melhores resultados, incluindo taxas mais baixas de recaída e níveis mais altos de funcionamento e recuperação, em comparação com usuários contínuos (Harrow et al., 2012). O estudo de Harrow et al. também foi observacional, é claro, e está, portanto, aberto aos vieses que surgem quando o tratamento não é alocado aleatoriamente. É possível que os resultados do estudo de Harrow e cols. sejam explicados por uma associação entre o tratamento a longo prazo e um pior prognóstico, por exemplo.

Outra explicação são os diferentes períodos de acompanhamento. Embora o estudo finlandês se apresente como um acompanhamento de 20 anos, essa é a duração máxima, e a maioria das pessoas só foi acompanhada por pouco mais de um ano. As pessoas que não usaram antipsicóticos tiveram a maior duração mediana de acompanhamento ao longo dos 408 dias, os usuários contínuos foram acompanhados por uma média de 376 dias, e, por sua vez, as pessoas que interromperam os antipsicóticos foram acompanhadas apenas por uma mediana entre 122 e 134 dias (ou seja, pouco mais de quatro meses). Os benefícios que os não usuários de antipsicóticos mostram no estudo de Harrow et al. começam a se tornar visíveis nos quatro anos de acompanhamento. Assim, diferentemente do estudo de Harrow e cols. que acompanhou todo mundo durante 20 anos, o presente estudo não está nos dizendo nada sobre o resultado em longo prazo das pessoas que tomam antipsicóticos. Pode estar nos dizendo que é mais provável que as pessoas recaiam no período imediato após a interrupção dos antipsicóticos, embora, dadas as advertências sobre os estudos observacionais, devamos ser cautelosos quanto a ir tão longe. Mas certamente não nos diz o que acontece nos próximos 20 anos.

Então, o que devemos fazer desta última oferta que nos está sendo feita? Primeiro, porque não é um ensaio randomizado, esse estudo não fornece evidências convincentes ou conclusivas de que interromper a medicação antipsicótica causa re-hospitalização ou morte. As pessoas param os antipsicóticos por todos os tipos de razões e em todos os tipos de circunstâncias que podem estar relacionadas à re-hospitalização ou à morte, independentemente do seu uso ou não de antipsicóticos.

Em segundo lugar, este não é um estudo de uma redução controlada e gradual de antipsicóticos com o apoio de profissionais. Alguns casos de descontinuação podem ter sido desse tipo, mas a maioria provavelmente foi interrompida sem o conhecimento da equipe clínica, e alguns podem ter sido descontinuações causadas por doenças físicas.

Precisamos de evidências de ensaios clínicos randomizados, como o estudo Wunderink (Wunderink, Nieboer, Wiersma, Sytema e Nienhuis, 2013), e o estudo RADAR em andamento, para mostrar se uma redução gradual e sustentada e a descontinuação do tratamento antipsicótico aumentam as taxas de re-hospitalização e, em caso afirmativo, em quanto. Apenas uma tentativa na qual a decisão de continuar ou descontinuar o tratamento é feita de modo randomizado é que pode evitar os preconceitos inerentes à análise de dados observacionais e fornecer uma resposta confiável.

Referências Bibliográficas:

  1. Tiihonen, J., Tanskanen, A., & Taipale, H. (2018). 20-Year Nationwide Follow-Up Study on Discontinuation of Antipsychotic Treatment in First-Episode Schizophrenia. Am. J. Psychiatryappiajp201817091001, doi:10.1176/appi.ajp.2018.17091001 (doi).
  2. De Hert, M., Correll, C. U., & Cohen, D. (2010). Do antipsychotic medications reduce or increase mortality in schizophrenia? A critical appraisal of the FIN-11 study. Schizophr. Res.117, 68-74.
  3. Freemantle, N., Marston, L., Walters, K., Wood, J., Reynolds, M. R., & Petersen, I. (2013). Making inferences on treatment effects from real world data: propensity scores, confounding by indication, and other perils for the unwary in observational research. BMJ347, f6409.
  4. Tiihonen, J., Lonnqvist, J., Wahlbeck, K., Klaukka, T., Niskanen, L., Tanskanen, A., & Haukka, J. (2009). 11-year follow-up of mortality in patients with schizophrenia: a population-based cohort study (FIN11 study). Lancet 374, 620-627.
  5. Curtis, J. R., Larson, J. C., Delzell, E., Brookhart, M. A., Cadarette, S. M., Chlebowski, R., Judd, S., Safford, M., Solomon, D. H., & Lacroix, A. Z. (2011). Placebo adherence, clinical outcomes, and mortality in the women’s health initiative randomized hormone therapy trials. Med. Care 49, 427-435, doi:10.1097/MLR.0b013e318207ed9e (doi).
  6. Wunderink, L., Nieboer, R. M., Wiersma, D., Sytema, S., & Nienhuis, F. J. (2013). Recovery in Remitted First-Episode Psychosis at 7 Years of Follow-up of an Early Dose Reduction/Discontinuation or Maintenance Treatment Strategy: Long-term Follow-up of a 2-Year Randomized Clinical Trial. JAMA Psychiatry.
  7. Harrow, M., Jobe, T. H., & Faull, R. N. (2012). Do all schizophrenia patients need antipsychotic treatment continuously throughout their lifetime? A 20-year longitudinal study. Psychol. Med. 1-11.

O uso indevido de antipsicóticos em lares para idosos

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Publicado em Health Affairs: Embora o problema do uso indevido de antipsicóticos em lares de idosos tenha sido levantado para os formuladores de políticas sociais em inúmeras vezes nas últimas seis décadas, a questão ainda permanece sem solução.

“Com décadas de abuso documentado e mais de um milhão de americanos com mais de 65 anos atualmente residindo em 15.000 lares de idosos, dois terços dos quais são mulheres e com uma população em rápido envelhecimento, com as projeções para triplicar o número de adultos com demência, não surpreende que a Human Rights Watch(HRW) tenha agora analisado o problema. Em 2016 e 2017, a HRW, cuja missão é defender a dignidade humana e promover a causa dos direitos humanos, visitou 109 casas de repouso em seis estados com o maior número de residentes e com a maior proporção de residentes em medicamentos antipsicóticos, ou seja, Califórnia, Flórida, Illinois, Kansas, Nova York e Texas. A organização também entrevistou mais de 320 residentes de clínicas de repouso, funcionários e administradores das instalações e vários especialistas na área e fez uma análise detalhada dos esforços de fiscalização regulatória do CMS. Sua conclusão abrangente é evidenciada no título de seu relatório de fevereiro, “‘They Want Docile: How Nursing Homes in the United States Overmedicate People with Dementia” (“Eles Querem os Dóceis: Como as Residências para Idosos nos Estados Unidos Sobremedicam as Pessoas com Demência”).

‘As instalações de cuidados a idosos nos EUA’, segundo o relatório da HRW, ‘usam medicações antipsicóticas em grande escala.’ A HRW estimou que em uma semana as casas de repouso administram drogas antipsicóticas a mais de 179.000 residentes que não têm um diagnóstico para o qual medicamentos antipsicóticos são aprovados. O relatório cita dados da CMS que estimam que 16% dos residentes de longa permanência, ou aqueles que residem em uma casa de repouso por mais de 100 dias, receberam um medicamento antipsicótico sem um dos três diagnósticos excludentes: esquizofrenia, doença de Huntington ou síndrome de Tourette.”

Artigo

Idosos

Resultados de 20 anos para Psicose de Primeiro Episódio: Impacto da Descontinuação de Drogas Neurolépticas

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Sandra SteingardAs diretrizes de tratamento padrão em psiquiatria recomendam que as drogas neurolépticas sejam indefinidamente mantidas após uma pessoa ter passado por mais do que um episódio psicótico. Essas recomendações baseiam-se em estudos que encontraram uma taxa mais alta de recorrência de psicose entre aqueles que param em comparação com aqueles que permanecem sob efeito de drogas.

O livro Anatomia de uma Epidemia levantou preocupações sobre os resultados a longo prazo para aqueles que permanecem com estas drogas. A maioria dos psiquiatras, inclusive eu, assumia que, ao reduzir o risco de recaída, se estaria melhorando os resultados a longo prazo. No entanto, parece haver evidências razoáveis de que essa suposição não esteja correta.

Não só o uso a longo prazo de drogas expõe as pessoas aos riscos de ganho de peso e discinesia tardia, mas também pode prejudicar o resultado funcional.

Minha opinião pessoal é que essa é uma discussão que os psiquiatras precisam ter com seus pacientes. Uma pessoa pode optar por aceitar um risco maior (e não inevitável) de recorrência da psicose, como forma de minimizar os riscos a longo prazo de resultados negativos associados à permanência na droga.

Embora pareça que as autoridades psiquiátricas continuem a favorecer o uso prolongado de medicamentos para a maioria das pessoas que experimentaram múltiplos episódios de psicose, há menos uniformidade de opinião em relação às recomendações após um único episódio psicótico. As diretrizes atuais recomendam o tratamento com drogas por dois a cinco anos; a ideia é que, se uma pessoa permanecer bem durante esse período, pode ser seguro interromper a droga.

Um estudo recente realizado por Tiihonen e colegas, ‘Estudo de Acompanhamento Nacional de 20 Anos sobre a Descontinuação do Tratamento Antipsicótico na Esquizofrenia de Primeiros Episódios’, publicado no American Journal of Psychiatry, é uma tentativa de lançar luz sobre esse assunto. A conclusão dos autores, afirmada em seu resumo (abstract), é que “ao contrário da crença geral, o risco de fracasso ou recaída após a interrupção do uso de antipsicótico não diminui como uma função do tempo durante os primeiros oito anos da doença e que o tratamento de longo prazo com antipsicótico está associado com o aumento da sobrevida.” Esta é uma descoberta séria e o artigo garante uma cuidadosa revisão e reflexão.

É difícil estudar os resultados durante longos períodos de tempo. Para resolver esse problema, Tiihonen e colegas usaram, como base para as suas pesquisas, os extensos bancos de dados disponíveis em registros na Finlândia, o que lhes permitiu identificar diagnósticos, hospitalizações e morte. A partir do registro nacional de prescrição, eles puderam determinar as vendas reembolsadas de medicamentos para todos os residentes da Finlândia. Medicamentos reembolsados são usados na pesquisa como o equivalente da adesão à medicação. Neste estudo, eles estiveram interessados na correlação entre a adesão à medicação após uma primeira hospitalização, – durante à qual uma pessoa é diagnosticada com esquizofrenia – com a subsequente re-hospitalização e morte. Ao determinar quem era aderente aos medicamentos e por quanto tempo, eles puderam determinar se uma adesão mais longa estaria correlacionada com a taxa reduzida de re-hospitalização. A coorte em estudo incluiu indivíduos que foram internados em um hospital psiquiátrico entre 1994 e 2014, e que haviam recebido um diagnóstico de esquizofrenia. Para identificar aqueles que estavam experimentando um primeiro episódio, eles excluíram quaisquer indivíduos que tivessem sido prescritos um medicamento antipsicótico para o ano anterior à admissão deste índice. Deste grupo, excluíram qualquer pessoa que tenha sido hospitalizada novamente ou que faleceu no prazo de 30 dias após a alta hospitalar. Naquele momento (30 dias após a alta hospitalar), eles identificaram 4.217 usuários de drogas antipsicóticas e 3.217 não usuários. Dos 4.217 usuários, 1.714 foram subsequentemente identificados como ‘descontinuantes’ aqueles que durante o período de acompanhamento haviam deixado de ter prescrições emitidas para eles. Esse grupo foi subdividido de acordo com o tempo entre a alta da primeira internação e a interrupção do medicamento: <1 ano (1.019), 1- <2 anos (284), 2- <5 anos (274) e maior que 5 anos (137). Eles então analisaram esses grupos ao longo do tempo até que morreram, tenham sido hospitalizados novamente, tenham parado de usar drogas (para usuários) ou que começaram a usar drogas (para não usuários).

Os autores pensavam que aqueles que permaneciam na droga por períodos mais longos de tempo poderiam ter melhores resultados quando as drogas fossem interrompidas, mas isso não é o que eles encontraram. Enquanto que os usuários contínuos se saíram melhor em relação à taxa de re-hospitalização, o grupo que fez o segundo melhor resultado foi o daqueles que pararam imediatamente. Quanto mais tempo permaneceram no medicamento, maior o risco de re-hospitalização se o medicamento fosse interrompido em comparação com aqueles que permaneciam aderentes. O grupo que se saiu pior foi aquele que parou depois de cinco anos.

Eles também analisaram as taxas de mortalidade, e nesta análise eles compararam três grupos: usuários contínuos, não usuários e aqueles que descontinuaram dentro de um ano (estes foram os grupos com os números mais altos). A taxa de mortalidade foi maior entre os não usuários e melhor entre aqueles que tinham uso contínuo de drogas, embora as mortes em todos os grupos fossem baixas.

Este artigo apoia uma recomendação para o uso a longo prazo dos medicamentos, mesmo entre aqueles que experimentaram apenas um episódio de psicose.

O artigo oferece uma visão panorâmica. Foi um estudo com uma metodologia naturalista, como foi naturalista o trabalho feito por Harrow; os números são muito maiores, porém os resultados são mais brutos, imperfeitos. Tiihonen usa a re-hospitalização como um proxy para a recaída, enquanto Harrow e seus colegas se reuniram com cada pessoa e conduziram uma extensa avaliação. Harrow estudou indivíduos por 20 anos, independentemente do resultado. Neste estudo, o período de acompanhamento terminou quando a pessoa foi hospitalizada ou morreu. Nesse sentido, este estudo privilegia a recaída da mesma maneira que muitos outros estudos o fizeram ao longo dos anos. Nós não sabemos nada sobre qualidade de vida. Implícito nas recomendações de tratamento que podem vir deste estudo é que nunca é seguro parar um antipsicótico. Embora isso possa ser verdade se ‘seguro’ for sinônimo de reduzir a chance de re-hospitalização, pode não ser verdade se pudéssemos avaliar diferentes tipos de medidas de resultados.

Há outras informações valiosas nesses dados. Mais de 43% dos indivíduos nunca iniciaram a droga, e em um ano quase 57% pararam. Ao final do estudo, 33,6% da coorte total de 7.434 ainda estão sob uso de drogas. As pessoas não querem tomar esses medicamentos e, independentemente desses dados, ainda precisamos descobrir como nos relacionar com eles de maneiras que possam ajudá-las a navegar pelo mundo com menos riscos ao seu bem-estar e segurança. Embora o fracasso do tratamento tenha sido maior entre os que interromperam a droga (38%), também é interessante que não foi exatamente mais baixo no grupo aderente que foi usado como amostra de comparação (29,3%). Obviamente, isso significa que a taxa de permanência fora do hospital é de 62% para aqueles que pararam e 71% para aqueles que permaneceram com drogas. Uma pessoa razoável pode escolher essas probabilidades e decidir parar, especialmente se houver um plano para tentar intervir se surgirem problemas.

Neste estudo, não sabemos nada sobre o tratamento, a maneira como a droga foi interrompida ou a qualidade de vida geral. Também não sabemos o que aconteceu com aqueles que têm uma segunda hospitalização. Supõe-se que uma recaída indique que o tratamento a longo prazo seja o recomendado, mas não acredito mais nisso.

É aí que outras fontes de dados têm relevância para mim, mas esses são os tipos de dados que tendem a não ser considerados. Esta é a experiência em primeira pessoa, análise qualitativa, auto-relato. Eu conheci muitas pessoas na comunidade de ‘sobreviventes’ que levaram algum tempo para resolver seus problemas, mas que acabaram encontrando alguma paz sem as drogas. Eventualmente alguns optaram por continuar a tomar alguns medicamentos, mas nem todos assim o fizeram. Para aqueles que encontraram o caminho, pareceu levar anos. Isso é o que é sugerido nos dados da Harrow. Aos dois anos, aqueles que não tomam drogas continuam experimentando um alto grau de psicose. Sua melhora só é observada após 4 anos. Em contraste, aqueles que estão em uso de drogas continuam a experimentar uma taxa razoavelmente alta de sintomas.

Eu recentemente li um conto escrito por uma ex-namorada de Will Hall. Will é um homem brilhante que escreveu sobre suas próprias experiências com psicose e que literalmente escreveu um livro sobre maneiras de parar com drogas psiquiátricas. A história, contada por Susie Meserve, faz parte de uma antologia, ‘Mostre-me todas as suas Cicatrizes: Histórias Verdadeiras de Superar a Doença Mental’ (Show Me All Your Scars: True Stories of Overcoming Mental Illness). Essa história engraçada e tocante narra sua vida juntos por um breve tempo. E confesso que tive algumas surpresas particulares, havendo conhecido o Will, ouvido ele falar, lido seus escritos, penso que talvez ele não fosse ‘verdadeiramente’ um psicótico. Esta não é uma reação incomum de psiquiatras que encontram uma pessoa que parece ter se recuperado da psicose. Algo nessa história me ajudou a entender que, se eu tivesse conhecido Will durante seus momentos mais difíceis, eu provavelmente teria concordado com o diagnóstico, de esquizofrenia, que lhe havia sido dado. E nessa época, eu provavelmente teria previsto consequências terríveis quando ele optou por ignorar o conselho médico de que ele deveria permanecer nas drogas. Eu teria ficado preocupada vendo a sua luta e haveria sugerido que ele retomasse as drogas. Sua história me ajuda a entender que existem outros caminhos e essa é uma mensagem que posso compartilhar com as pessoas que vejo, assim como com as famílias preocupadas.

Por outro lado, tenho conhecido pessoas que são tão torturadas por suas experiências que parece haver pouco espaço para se envolver. Eles são superados por seu mundo que pode estar distorcido a tal ponto de não haver segurança para eles, mesmo com aqueles que estão ansiosos para apenas fazer uma conexão. Para eles, as drogas podem ser extremamente úteis.

Conheço outros que estão horrorizados com sua psicose e querem fazer tudo o que podem para evitar uma recorrência. Mesmo se a droga só confere uma ligeira vantagem, eles optaram por conviver com elas.

E eu não desconsidero essas famílias preocupadas. Elas estão frequentemente experimentando seus próprios traumas. Psicose pode ser muito assustadora para aqueles que estão tentando cuidar da pessoa. Eu entendo o desejo dessas pessoas de impedir isso. Eu só quero que elas tenham uma compreensão completa do que as drogas podem e não podem fazer.

Este artigo oferece algum conforto para aqueles que optaram por permanecer nas drogas. Isso sugere que devemos sempre ser cautelosos ao interrompê-las. Mas eu ainda afirmo que isso não nos diz que permanecer nas drogas é o melhor caminho para todos.

Retirada de Antidepressivos: dados on-line e o déficit de informação

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Nesta matéria publicada no Psychiatric Times, James Phelps escreveu sobre a falta de dados oficiais a respeito do número de pessoas que tentam se livrar dos antidepressivos e menciona o trabalho da organização de apoio de sobreviventes dos Antidepressivos.

“Um artigo recente no New York Times e outro na edição impressa atual do Psychiatric Times expressam preocupação com a síndrome de abstinência de antidepressivos. Esses artigos levantam a questão: quantas pessoas que começam a tomar um antidepressivo terão dificuldades graves quando tentam diminuir?

antidepressantsDados indiretos sugerem que a resposta é “muitas”. Diversos ensaios clínicos em andamento irão gerar dados relevantes, mas que ainda não foram projetados especificamente para responder a essa questão crucial.

Para mais informações, podemos ver as comunidades on-line mencionadas no artigo do Psychiatric Times. Um dos mais avançados deles é o do survivingAntidepressants.org. Se os depoimentos puderem influenciar sua opinião sobre a potencial gravidade das dificuldades de retirada do antidepressivo, saiba que este site tem centenas ”.

Artigo na íntegra →

Nova Metanálise das Intervenções com Mindfulness para Transtornos Psiquiátricos

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jjanzeUm novo estudo, publicado na Clinical Psychology Review, investiga os efeitos das Intervenções Baseadas no Mindfulness (MBI – Mindfulness-Based Interventions) nos transtornos psiquiátricos. Os resultados da primeira meta-análise abrangente do seu tipo encontraram evidências consistentes de que a ‘atenção plena’ (mindfullness) é eficaz para a depressão, condições de dor, tabagismo e transtornos de dependência em geral. Esta pesquisa apoia ainda uma compreensão contínua dos MBIs como um tratamento alternativo eficaz e viável.

“No nível mais básico, nossos resultados sugerem haver uma base empírica para terapias baseadas em mindfulness”, escrevem os pesquisadores, liderados por Simon B. Goldberg. “Os tratamentos de mindfulness mostraram, em geral, ser de potência similar às intervenções psicológicas (e psiquiátricas) de primeira linha quando comparados diretamente e superiores a outras condições de comparação ativa (bem como condições de controle na lista de espera), com relativamente pouca variação entre os distúrbios. “

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Intervenções baseadas em mindfulness (MBI), como Mindfulness Based Stress Reeducation[i] (MBSR) e Mindfulness Based Cognitive Therapy [ii] (MBCT) são distinguidas no campo emergente do mindfulness com relação a outras práticas de mindfulness como Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e Terapia Comportamental Dialética (DBT).  A distinção é feita pela ênfase da MBI em um foco sustentado pela prática de meditação da ‘atenção plena’ – um componente da prática em casa – e uma exigência de um professor experiente em ‘atenção plena’, entre outras características-chave.

A pesquisa da ‘atenção plena’ tomou grandes dimensões nas últimas décadas, ganhando relevância em vários campos acadêmicos a partir de sua virtual inexistência nos anos 80. A pesquisa permanece em sua infância 30 anos depois, enfrentando desafios como a dosagem necessária, a fidelidade da implementação e como a prática será transferida para atender às necessidades de vários ambientes e populações.

Como acontece com a maioria dos assuntos quando recém-desenvolvidos, a popularidade na comunidade superou a base de evidências para MBIs. Alguns Críticos levantaram questões importantes sobre a base de evidências que destacam o uso de condições de controle não-ativo em ensaios clínicos randomizados (ECRs). Outros enfatizaram que os estudos relataram seletivamente resultados positivos de MBIs, introduzindo viés e falsa eficácia no campo e criando uma base insegura para futuras pesquisas.

Na primeira metanálise abrangente de MBIs para examinar efeitos sobre sintomas específicos de transtornos em condições psiquiátricas, Goldberg e sua equipe revisaram 171 estudos envolvendo mais de 12.000 participantes entre 2000 e 2016. Os autores incluíram todos os ECRs de MBIs envolvendo populações adultas com transtornos psiquiátricos com diagnóstico formal.

“Embora outras meta-análises abrangentes tenham sugerido que intervenções baseadas em mindfulness podem ter impactos nos clínicos, e várias metanálises tenham examinado as evidências para condições psiquiátricas específicas, nenhuma revisão meta-analítica abrangente publicada examinou os efeitos sobre sintomas específicos de transtornos psiquiátricos.”

No pós-tratamento, a meta-análise de Goldberg e sua equipe descobriu que as MBIs têm efeitos superiores nos resultados para a ansiedade, depressão, dor física, esquizofrenia, e para distúrbios relacionados ao peso / alimentação e vícios. Os MBIs foram superiores aos grupos de comparação para depressão e dependência, e equivalentes para grupos de comparação de ansiedade, dor física e peso / transtornos relacionados à alimentação.

“A magnitude dos tamanhos de efeito detectados no estudo atual (por exemplo, d = 0,55 para mindfulness versus nenhuma condição de comparação de tratamento no pós-tratamento) sugere que as intervenções baseadas em mindfulness estão, em média, associadas a quedas moderadas nos sintomas psiquiátricos.”

 “Com base em nossas descobertas, parece que a recomendação mais forte pode ser feita para tratamentos de mindfulness para depressão, com evidências que também apoiam o uso de mindfulness para tratamento de condições de dor, tabagismo e transtornos aditivos.”

O exame abrangente deste estudo de MBIs é um desenvolvimento importante no crescente campo da mindfulness. À medida que essa abordagem mente-corpo para a saúde mental e física se expande para atender a um número crescente de pessoas, estudos como esse fornecem integridade e estabilidade ao campo. A ‘atenção plena’ (mindfulness) fornece uma alternativa às abordagens biomédicas, que podem não ser as mais adequadas para todas as pessoas que sofrem de distúrbios psiquiátricos. Entender a eficácia das MBIs permite que o campo reconheça as direções futuras e forneça uma perspectiva encorajadora para os provedores de saúde mental e médica.

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Goldberg, S. B., Tucker, R. P., Greene, P. A., Davidson, R. J., Wampold, B. E., Kearney, D. J., & Simpson, T. L. (2017). Mindfulness-based interventions for psychiatric disorders: A systematic review and meta-analysis. Clinical psychology review(Link)

 

Notas da redação do MIB:

[i] Mindfulness Based Stress Reeducation = Reeducação do Stress baseada no Mindfulness. Para ter uma visão geral, clique aqui.

[ii] Mindfulness Based Cognitive Therapy = Terapia Cognitiva baseada no Mindfulness. Para ter uma visão geral, clique aqui.

A Dieta que Pode Curar a Depressão

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A watermelon is seen at the Kramat Jati central market in Jakarta March 4, 2011. REUTERS/Beawiharta (INDONESIA - Tags: FOOD) - GM1E7341C8301

Em The Atlantic: sobre estudos mostrando possíveis ligações entre dieta e depressão.

“Uma dieta pobre é um dos principais fatores de risco para morte precoce, responsável por uma em cada cinco mortes no mundo. Depressão, entretanto, é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Uma linha relativamente nova de pesquisa sugere que os dois podem estar relacionados: uma dieta pouco saudável pode nos deixar deprimidos, e a depressão, por sua vez, nos faz sentir ainda mais doentes.

Em um resumo divulgado recentemente, pesquisadores que estudaram 964 participantes idosos em seis anos e meio descobriram que aqueles que seguiram a dieta básica, que enfatiza grãos integrais, frutas e vegetais, tiveram taxas mais baixas de depressão, enquanto aqueles que comeram uma dieta ocidental tradicional foram mais propensos à depressão. Os participantes foram questionados com que freqüência eles comiam vários alimentos, e eles foram selecionados para depressão anualmente usando um questionário.”

A watermelon is seen at the Kramat Jati central market in Jakarta March 4, 2011. REUTERS/Beawiharta (INDONESIA - Tags: FOOD) - GM1E7341C8301

ENTREVISTA: IDENTIFICANDO os SINTOMAS ao USAR ANTIDEPRESSIVOS

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Segundo os protocolos oficiais que orientam a clínica médica com antidepressivos: os sintomas que aparecem ao se interromper antidepressivos são sintomas da “depressão”, não são sintomas do “desmame”.

Uma entrevista clínica, diagnóstica, semi-estruturada, foi desenvolvida para identificar e diferenciar três tipos diferentes de síndromes de abstinência por ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina): novos sintomas, rebote e distúrbios persistentes pós-abstinência.

Artigo →

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Pesquisadores da ENSP integram Instituto Internacional para a Retirada das Drogas Psiquiátricas

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Recentemente, Fernando Freitas e Paulo Amarante, pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Publica Sergio Arouca (Laps/ENSP), passaram a integrar o corpo docente e de pesquisadores do Instituto Internacional para a Retirada das Drogas Psiquiátricas – o International Institute for Psychiatric Drugs Withdrawal (IIPDW).

Estão entre as metas do IIPDW: desenvolver pesquisa e conhecimento baseado na prática que facilitem a redução segura e a retirada das drogas psiquiátricas; contribuir com práticas baseadas em evidências para a redução e a retirada das drogas psiquiátricas, e facilitar a sua inclusão em protocolos dos manuais clínicos; dar suporte ao direito humano da escolha informada com respeito às drogas psiquiátricas; promover práticas para ajudar famílias, amigos e profissionais da saúde a dar suporte para a redução e a retirada seguras das drogas psiquiátricas, e levar em conta aspectos relacionais e sociais essenciais para esse processo.

Leia aqui matéria aqui →

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I Simpósio da Frente Parlamentar em Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio. A Nova Política de Saúde Mental – Ampliação da RAPS. 

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I Simpósio da Frente Parlamentar em Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio.
A Nova Política de Saúde Mental – Ampliação da RAPS.

24 de maio de 2018
Auditório do Ministério Público do Estado da Bahia.

5ª Avenida do CAB n° 750- Salvador, BA.

Este simpósio trará a oportunidade de conhecer e se instrumentalizar sobre as mudanças promovidas pelo Ministério da Saúde através do próprio Coordenador-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, dr. Quirino Cordeiro. O evento também contará com a participação de representantes do Ministério Público Federal e Estadual da Bahia, Defensoria Pública da União, Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Comissão de Saúde da ALBA, Associação Psiquiátrica da América Latina, Associação Brasileira de Psiquiatria, Associação Psiquiátrica da Bahia e da Associação de Apoio aos Familiares, Amigos e Pessoas com Transtornos Mentais da Bahia, entre outros.
Gestores públicos que participarem conhecerão como implementar a nova política.
Quem trabalha com Saúde Mental e acredita em SUS de qualidade não pode perder.

I Simpósio Parlamentar

Inscrição pelo link →

Antidepressivos e Retirada: Leitores Contam a Sua História

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Mais de 8.000 pessoas responderam ao recente artigo do New York Times sobre a retirada de antidepressivos. Aqui, o repórter Benedict Carey descreve as diferenças na forma como vários grupos etários responderam ao artigo e discutiram suas experiências de retirada.

“O volume e a diversidade das respostas pintaram um quadro diferente, mostrando como os antidepressivos modernos, começando com o Prozac em 1987, infiltraram-se em nossa cultura e moldaram a compreensão pública da saúde mental. Essas histórias traçaram importantes falhas demográficas bem definidas: leitores de diferentes gerações chegaram aos antidepressivos e tentaram abandoná-los, por diferentes razões. ”

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