Publicado em Health Affairs: Embora o problema do uso indevido de antipsicóticos em lares de idosos tenha sido levantado para os formuladores de políticas sociais em inúmeras vezes nas últimas seis décadas, a questão ainda permanece sem solução.
“Com décadas de abuso documentado e mais de um milhão de americanos com mais de 65 anos atualmente residindo em 15.000 lares de idosos, dois terços dos quais são mulheres e com uma população em rápido envelhecimento, com as projeções para triplicar o número de adultos com demência, não surpreende que a Human Rights Watch(HRW) tenha agora analisado o problema. Em 2016 e 2017, a HRW, cuja missão é defender a dignidade humana e promover a causa dos direitos humanos, visitou 109 casas de repouso em seis estados com o maior número de residentes e com a maior proporção de residentes em medicamentos antipsicóticos, ou seja, Califórnia, Flórida, Illinois, Kansas, Nova York e Texas. A organização também entrevistou mais de 320 residentes de clínicas de repouso, funcionários e administradores das instalações e vários especialistas na área e fez uma análise detalhada dos esforços de fiscalização regulatória do CMS. Sua conclusão abrangente é evidenciada no título de seu relatório de fevereiro, “‘They Want Docile: How Nursing Homes in the United States Overmedicate People with Dementia” (“Eles Querem os Dóceis: Como as Residências para Idosos nos Estados Unidos Sobremedicam as Pessoas com Demência”).
‘As instalações de cuidados a idosos nos EUA’, segundo o relatório da HRW, ‘usam medicações antipsicóticas em grande escala.’ A HRW estimou que em uma semana as casas de repouso administram drogas antipsicóticas a mais de 179.000 residentes que não têm um diagnóstico para o qual medicamentos antipsicóticos são aprovados. O relatório cita dados da CMS que estimam que 16% dos residentes de longa permanência, ou aqueles que residem em uma casa de repouso por mais de 100 dias, receberam um medicamento antipsicótico sem um dos três diagnósticos excludentes: esquizofrenia, doença de Huntington ou síndrome de Tourette.”