Olga Runciman: ‘Sobrevivente’ da Psiquiatria

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Mad in BrasilCom relação aos que tiveram a experiência de ‘surto psicótico’, que foram diagnosticados como ‘esquizofrênico’ ou como ‘psicótico’, que foram internados e que estão sob tratamento com drogas psiquiátricas, o senso-comum é que tal experiência existencial é um passaporte para a loucura sem volta, condenando ele/ela a passar o restante da sua vida enquanto paciente / ou ‘usuário’ psiquiátrico.  .

Eis o exemplo da dinamarquesa Olga Runciman. Sua trajetória de vida desmente radicalmente o senso-comum de que se trata uma doença como outra qualquer, fazendo parte do rol das doenças crônicas. Olga foi diagnosticada como ‘esquizofrênica’, ficou internada por 10 anos em um hospital psiquiátrico em Copenhague, tentou suicídio várias vezes; e, não obstante, conseguiu deixar de ser paciente psiquiátrica, é uma militante contra o modelo biomédico da psiquiatria, formou-se em psicologia e é hoje psicoterapeuta especializada em tratamento das psicoses.

Em 2015, à convite da ABRASME e do LAPS/ENSP/FIOCRUZ, Olga apresentou a sua trajetória no II Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental (em João Pessoa), e em uma conferência na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).

Olga é exemplo eloquente para todos nós.

Vide a sua apresentação em um evento mais recente, que foi organizado pelo Internacional Institute for Withdrawal of Psychiatric Drugs, com legendas em espanhol disponíveis, clicando aqui →

 

Olga

 

Depressão no Google

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De Yahoo! Finanças: o Google está iniciando um novo recurso de pesquisa que ajudará a verificar se os seus usuários estão deprimidos. As pessoas que fazem consultas no Google relacionadas à depressão receberão agora o aviso: “Verifique se você está clinicamente deprimido” e é convidado a responder um questionário de triagem da depressão.

Veja o artigo aqui →

Google

Sobre o Transtorno de Personalidade Limítrofe

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O transtorno de personalidade limítrofe (popularmente conhecido como ‘border-line’) é um dos diagnósticos de saúde mental mais controversos e, no entanto, não é incomum. Clare Allan, premiada novelista e colunista do The Guardian, dá uma declaração pessoal muito importante para se entender o que está em jogo com esse diagnóstico psiquiátrico.

Veja aqui →

Bordline

Quais são as suas Experiências com a Assistência em Saúde Mental?

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Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images

Iniciativa do jornal britânico The Guardian ⇒

O jornal irá publicar uma série de reportagens sobre a situação atual do sistema de assistência em saúde mental no Reino Unido, e quer preparar as reportagens à partir das experiências dos cidadãos do Reino Unido. O interesse abrange os profissionais de saúde mental e os usuários dos serviços.

Como diz a chamada:

“Por favor, compartilhe suas sugestões de histórias, projetos, inovações e pessoas que você gostaria de ver incluídas em nossa nova série sobre saúde mental no formulário abaixo. Não publicaremos nada sem primeiro entrar em contato com você, seu anonimato pode ser mantido se essa for a sua vontade.

Confira a matéria na íntegra →

Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images
Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images

Nota em Defesa da Reforma Psiquiátrica e de uma Política de Saúde Mental Digna e Contemporânea

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Através do seu Grupo Temático de Saúde Mental, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco assina o manifesto de docentes e pesquisadores brasileiros da Saúde em defesa da Reforma Psiquiátrica e de uma política de Saúde Mental digna e conteporânea.

ABRASCO

A assistência à saúde mental no Brasil atravessou profundas e importantes mudanças desde a promulgação da constituição de 1988. A Lei 10.216, de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental – e que foi conquistada após anos de espera, veio dar o enquadre legal para a transformação da rede de serviços públicos. Entre os anos de 2001 e 2014 houve uma expansão importante de serviços comunitários (como os Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente) chegando em 2006 a importante inversão do padrão do gasto público. Hospitalocêntrico no regime militar passa a ter os recursos gastos majoritariamente com os serviços comunitários e não com hospitais. Com isso, o Brasil alinhava-se com uma inconteste tendência mundial, desde o final da segunda guerra mundial, de qualificação de cuidados comunitários para os portadores de doenças mentais, próximos às suas famílias, com respeito e liberdade.

A Reforma Psiquiátrica Brasileira – diferente do exposto pela Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, na última reunião do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde – Conass, e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – Conasems, nesta quinta-feira, 31 de agosto, vem se desenvolvendo de acordo com as orientações propostas pela Organização Mundial da Saúde – OMS, pela Organização Pan-americana de Saúde – OPAS em suas indicações de reestruturação da atenção em saúde mental articulada à rede de serviços territoriais, inseridos na comunidade onde vivem os usuários, suas famílias, amigos e referências pessoais e reabilitadoras, de forma a viabilizar a substituição de hospitais e manicômios como espaços preferenciais de cuidado.

O sistema de saúde brasileiro como um todo encontra-se ameaçado pelo sub financiamento, falta de planejamento e de avaliação e gestão, e, ao abandono de uma política de formação e qualificação permanente de seus atores.

A despeito de seu crescimento, o modelo brasileiro de assistência à saúde mental ainda precisa de expansão de serviços comunitários onde existam leitos cobrindo o cuidado nas 24 horas, e leitos complementares em hospitais gerais para a intervenção responsável nas crises emocionais e uso prejudicial de drogas. Tais serviços foram os que menos se expandiram em todo o território nacional, deixando as redes de atenção frágeis e pouco potentes, o que tem sido argumento para justificar o retrocesso primitivo aos lugares de exclusão e violência por gerentes pouco informados e qualificados para a evolução tecnológica e científica do cuidado mental.

O coordenador do Ministério da Saúde para Saúde Mental Álcool e outras drogas, Quirino Cordeiro merece enfático repúdio pelas suas proposições levadas ao Conass e Conasems quando defendeu a expansão dos hospitais psiquiátricos num contexto de congelamento de investimentos por vinte anos no Sistema Único de Saúde.

Tal proposta é obscurantista, retrógrada e anticientífica. Vale destacar que, ao longo de pelo menos 10 anos de implantação da Reforma Psiquiátrica, um grande número de trabalhos publicados, em periódicos nacionais e internacionais, e mesmo uma importante publicação no renomado periódico Lancet, têm apresentado evidências dos inegáveis efeitos positivos da Reforma Psiquiátrica Brasileira sobre a vida de usuários e usuárias de saúde mental que têm acesso aos serviços territorializados.

O nosso compromisso, portanto, é com a ampliação e fortalecimento desse modelo, e não com o seu retrocesso e desestruturação.

Grupo Temático de Saúde Mental da Abrasco.

Confira na página da ABRASCO →

Precisamos Falar sobre Diego?

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SP - ABUSO EM ONIBUS / SAO PAULO - GERAL - O ajudante de serviços gerais Diego Ferreira de Novais (2 D), de 27 anos, é levado por agentes da Polícia Civil para o 2º Distrito Policia, em São Paulo (SP), neste sábado (2). Diego que havia sido preso nesta semana por ejacular em uma mulher dentro de um ônibus, foi detido novamente por atacar outra passageira dentro de um coletivo na região da Avenida Paulista. 02/09/2017 - Foto: LEONARDO BENASSATTO/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Rita AlmeidaTrabalho como profissional da saúde mental e sou militante da Reforma Psiquiátrica Brasileira desde 1995. Já fui coordenadora de CAPS e supervisora institucional em saúde mental indicada pelo Ministério da Saúde. Minha dissertação de mestrado tratou sobre o lugar e a função da “loucura” nas instituições e na cultura. No meu doutorado (em curso) também vou tratar da maneira como lidamos com nossos mal-estares na contemporaneidade, mais precisamente, vou pensar sobre a medicalização como estratégia para tal lida. Digo isso porque o que vou escrever a seguir parte da minha prática e, também, do meu percurso acadêmico.

Existem, basicamente, dois modos de pensar a “loucura” ou mesmo as formas de delinquência. O mais comum é pensarmos em tais “desvios” como um problema meramente individual, ou seja, aquele sujeito desviante é uma espécie de “maçã podre” decorrente da sua condição ou escolha particular, nesse caso, precisa ser eliminado, ser retirado da convivência das demais “maçãs” ou ser transformado numa “maçã saudável”. Este é um modo simplista de pensar e que gera propostas igualmente simplistas, como, por exemplo, a de que combateremos a criminalidade eliminando (matando, prendendo, exilando) os criminosos ou a de que teremos uma sociedade mais saudável eliminando (matando, prendendo, exilando) os doentes mentais.

Um outro ponto de vista – que eu partilho, e a partir do qual pensamos quando defendemos a mudança do modelo manicomial para um modelo aberto – entende que um possível “desvio”, apesar de manifestar num indivíduo singular, quase sempre é resultante daquilo que acontece em seu meio social e cultural. Tal modo de pensar não desresponsabiliza o sujeito pelos seus atos desviantes ou criminosos, mas convida a sociedade a compartilhar a responsabilidade pelo mesmo, na medida em que todo sujeito – em especial os que estão fora da curva – funcionam como uma espécie de “para-raios” do modus operandi da sociedade em que vivem. Pensando desse modo, é possível analisar uma sociedade ou uma instituição a partir dos seus pontos desviantes, ou seja, muito mais do que singularizar uma doença social, o sujeito desviante denuncia as falhas e os pontos cegos de uma sociedade ou cultura. Inclusive, é importante destacar – porque isso varia muito – o que uma determinada sociedade considera desviante diz muito sobre como ela é.

Mas, vamos ao ponto que interessa aqui que é tratar do caso exaustivamente debatido e escarafunchado esta semana, o caso de Diego Novais, de 27 anos, mais conhecido como o “tarado” que ejaculou numa mulher no ônibus. Independente do crime, do ato antissocial, imoral, machista, ou como queiram chamar, de Diego, vou me propor a pensar o Brasil atual a partir dos últimos acontecimentos envolvendo tal sujeito. Como faria no meu trabalho de supervisora/analista – no qual tentamos verificar quais os problemas institucionais e relacionais determinado caso denuncia e aponta – vou inverter meu olhar e, ao invés de focar em Diego e seu comportamento sexual desviante, vou me dirigir para o modo como a sociedade lidou com Diego, e analisá-la.

Primeiramente, é importante dizer que esta não pretende ser uma análise científica ou acadêmica, será apenas uma avaliação superficial feita a partir da minha Linha do Tempo do Facebook e de comentários que li em notícias na internet nos últimos dias. Vamos às análises que fiz:

  1. Somos machistas:

Ainda que o ato de Diego não tenha sido motivado por machismo, mas, ao que parece, por uma disfunção cerebral pós-cirúrgica (e isso é totalmente possível), seu ato trouxe a tona a fato de inúmeras mulheres serem molestadas e assediadas em transporte público e se sentirem vulneráveis e sem apoio para fazerem denuncia quando se sentem abusadas e violentadas, nessas e em outras situações. Além do mal-estar e do constrangimento do abuso e da violência, sofrem também por não se sentirem acolhidas e respeitadas pelos instrumentos da justiça. A elas cabe, invariavelmente, a culpa pelo abuso ou violência masculina.

  1. Não somos republicanos:

É um argumento recorrente quando tratamos de casos que causam comoção, tal como este, trazer a questão para o âmbito da nossa vida privada, como se isso devesse fazer diferença. “E se fosse sua filha?” “E se fosse sua mãe?” – são perguntas frequentes. Nossa confusão histórica entre o público e o privado, nos faz imaginar que um juiz ou um profissional da saúde pública, por exemplo, deverão decidir de modo diferente, caso se trate de alguém do seu círculo privado. Não digo que isso não aconteça por aqui, exatamente pela nossa cultura do “jeitinho”, mas não devíamos contar com isso, e muito menos com tal argumento. É claro que, se fosse membro da minha família, eu poderia estar emocionalmente afetada o que, provavelmente, me impediria de ter uma intervenção republicana. Talvez, tal fato me levasse a um ato desesperado e intempestivo, mas eu, sinceramente, espero que alguém que esteja com a “cabeça fria”, que tenha conhecimento de causa, que pense nos dois ou mais lados da questão e que leve em conta as leis vigentes (ainda que eu não concorde com elas), possa tomar a melhor decisão possível.

  1. Somos violentos:

Ao menor sinal de desagravo nosso potencial violento alcança níveis alarmantes. Lógico que muitos valentões e valentonas de rede social são, na verdade, covardes que usam da mediação digital para dizerem o que não teriam coragem de dizer em outra situação, e muito menos fazer, mas, de todo modo, o que as pessoas dizem que desejariam fazer com um sujeito como Diego é bem pior do que o que ele fez. Acreditamos na intervenção violenta como medida corretiva, mas, sobretudo, como aceitável e justificável em muitos casos.

  1. Somos punitivistas:

A maioria de nós ainda defende que as medidas tomadas pela justiça devam ter caráter de punição e não de ressocialização ou reintegração. E em casos como o de Diego, a justiça deve se parecer como algo próximo à vingança. Seguindo a premissa da punição, esperamos que a justiça aja rapidamente e não deixe “furos”, ou até que ela seja capaz de prever um crime que não aconteceu, baseada num acontecimento anterior. A reintegração e a ressocialização demandam mais cuidado e tempo, a punição é mais rápida e imediata. Optar pela ressocialização, apesar de ser mais saudável para toda a sociedade, pode deixar mais lacunas e questões em aberto, por exigir uma maior cautela e tempo para agir. Todavia, nesses casos onde a comoção social é grande exigimos uma punição rápida e eficaz, e que feche totalmente a questão.

  1. Somos manicomiais:

A Reforma Psiquiátrica Brasileira levou anos de muito debate e luta para se estabelecer e evitar algumas das atrocidades que vitimavam os doentes mentais. Em nome do bem estar da sociedade, os manicômios se tornaram um depositário daquilo que dela era considerado dejeto e escória; uma verdadeira máquina de matar e violar os Direitos Humanos. Pela via da Reforma, o Brasil (apesar dos retrocessos que estamos assistindo depois do Golpe Parlamentar que instituiu o Governo Temer) possui uma política de saúde mental avançada em termos de humanização e garantia de direitos e cidadania. O encarceramento do doente mental ainda é uma prática comum mundo afora. Nesse sentido, o manicômio é uma instituição que vive seus últimos suspiros por aqui, no entanto, ao menor sinal de comoção coletiva, diante de atos de loucura, clamamos por ele. Ou seja, apesar de todos os avanços das últimas décadas, o isolamento e o encarceramento do “louco” ainda são vistos como saída, não para cuidar do doente, mas, simplesmente, para proteger a sociedade do mesmo.

  1. Somos moralistas:

Me chamou muita a atenção a desproporção da comoção social que o caso suscitou, comparada a gravidade do ato do infrator, isso num país que mata uma mulher a cada hora e meia por feminicídio (segundo dados do IPEA de 2013). Me pareceu que se a vítima tivesse levado um tiro na cara não estaríamos tão escandalizados. Além disso, pelos comentários que vi por aí, a sexualidade e o desejo sexual, incluindo os excessivos e desviantes da norma, são território eminentemente masculino. A moral que está posta ainda reprime e sufoca a sexualidade da mulher, discurso presente mesmo entre as feministas mais aguerridas. A sexualidade feminina ainda é recoberta de mitos. Resumindo um pouco: mulheres não tem desejo sexual, caso tenham, conseguem mantê-lo sempre sob controle e não são afeitas a “taras” e compulsões.

  1. Somos religiosos:

Para quase todos os problemas que surgem, a resposta, “tá faltando Deus no coração” parece caber, e, com relação a Diego, não tem sido diferente. O demônio também é constantemente convocado a ser o elemento explicativo para tal situação. Como não suportamos ver essa humanidade insana, indomável, trágica e errática que habita em todos nós e que pode vir à tona, tal como veio em Diego, preferimos delega-la ao outro estranho; ao diabo. Mas, curiosamente, mesmo os não religiosos, nutrem um modo de pensar mágico. Ainda que o cerne não seja Deus ou o Diabo, acreditam que haja um único responsável pela situação e, portanto, uma única solução que vai resolver todo o problema. Acreditam num ideal qualquer que nos salvará para sempre de todo e qualquer mal-estar e nos trará o paraíso na Terra; sem Diegos, sem juízes que liberam Diego, sem mães que não conseguem fazer Diego seguir tratamento, sem erros médicos em cirurgias de Diego, sem acidentes automobilísticos que desencadeiem uma doença orgânica em Diego; e por aí vai…

O título do meu texto é uma pergunta – Precisamos falar sobre Diego? – e não por acaso. Toda vez que um caso desses vem à tona, devíamos pensar sob que prisma devemos falar ou opinar publicamente. Este caso foi um exemplo maravilhoso para entendermos que, não devemos falar sobre Diego. Não conhecemos o sujeito, sua situação ou sua condição, não sabemos exatamente o que houve, desconhecemos seu diagnóstico, os processos que ele responde e suas particularidades, portanto, qualquer julgamento feito a Diego, ao seu laudo ou ao seu processo legal é irresponsável e infrutífero, podendo até mesmo gerar danos maiores. No entanto, podemos sim, falar a partir de Diego, assim como eu tentei fazer aqui. Desse modo, entendemos que Diego é apenas um catalizador das nossas chagas sociais e que, eliminá-lo não irá curá-las. Todavia, podemos pensar nossas mazelas a partir de Diego, assim, seremos capazes de fazer algo de produtivo e verdadeiramente terapêutico para a sociedade como um todo, e também para Diego.

Sei que é bem difícil pensar assim, mas faço um convite a tal exercício. Diego é uma espécie de dejeto, se pensarmos naquilo que almejamos para um ser humano, entretanto, ele fala mais das nossas fraquezas e misérias, do que gostaríamos. Por isso, rejeitamos Diego e queremos evitá-lo ou eliminá-lo de todo modo. Entretanto, uma sociedade minimamente saudável – e é só o que podemos almejar – entende que criar modos de lidar com Diego é fundamental para o bem de toda a coletividade, e não apenas dele. É fácil fazer isso? Não, é bem difícil! Mas quem disse que estou propondo o mais fácil?

Antes que usem o item dois e me perguntem: “Duvido se fosse você a levar uma esporrada de um estranho no coletivo?”, vou responder. Acharia péssimo. De um estranho, no coletivo, não curto. Nesse caso, pode ser que eu estivesse impossibilitada de ter qualquer atitude sensata, inclusive de escrever esse texto, mas, certamente, haveria alguém apta a escrevê-lo. É assim que funciona quando vivemos numa coletividade que se pretenda republicana.

Michelle Carter Parte III: Ministério Público Vai Atrás da Testemunha-Perito para que Interrompa o Seu Blog 

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With her defense attorney Joseph Cataldo at left, Michelle Carter listens to her sentencing for involuntary manslaughter for encouraging 18-year-old Conrad Roy III to kill himself in July 2014. Thursday, Aug. 3, 2017. She was sentenced Thursday to 15 months in jail for involuntary manslaughter. (Matt West/The Boston Herald via AP, Pool)

bregginParte III de uma série de relatórios sobre Michelle Carter. As partes I e II podem ser lidas aqui e aqui.

Na manhã de 11 de agosto de 2017, o juiz Lawrence Moniz, que presidiu o julgamento do “suicídio por mensagens de texto” de Michelle Carter, atuou sob solicitação do Ministério Público do distrito para que fosse realizada uma audiência de emergência. O propósito expresso da promotora Katie Rayburn foi impedir que eu escrevesse este blog ou qualquer outra coisa sobre o julgamento recentemente realizado (carta de apresentação, Public Record 55). Embora o julgamento tenha sido concluído, o Ministério Público queria manter o controle sobre a narrativa a respeito da menina que, aos dezessete anos, supostamente falou com um menino mais velho para se matar.

Condenar Michelle Carter de homicídio culposo por supostamente fazer com que Conrad se matasse, ao lhe dizer para que voltasse a um caminhão cheio de monóxido de carbono, não foi suficiente para o Ministério Público. Os promotores argumentaram que a jovem de vinte anos de idade deveria passar de 12 a 15 anos na prisão estadual. Mas o Ministério Público do Estado de Massachusetts recebeu uma dura derrota, quando o juiz Moniz condenou Michelle a apenas 15 meses em uma Casa das Correções local. O juiz Moniz mostrou mais indulgência ainda, permitindo que Michelle permaneça livre durante o período em que haverá um longo processo de recurso.

A audiência extraordinária em 11 de agosto de 2017 foi unilateral (‘ex parte’), significando que a parte em risco pela ação judicial não estava presente ou representada. O que tenho escrito foi objeto da audiência, e nem eu, nem minha representação legal, nem os advogados de Michelle Carter, que me trouxeram para o caso, estavam na audiência.

O escritório do Ministério Público manobrou o sistema jurídico para que apenas a voz do promotor pudesse ser ouvida em audiência pública naquele dia. Este drama orquestrado permitiu que o Ministério Público fizesse acusações prejudiciais, falsas e incontestadas, destinadas a interromper este blog. O movimento do promotor tornou-se um comunicado de imprensa e o tribunal transformou-se um palco para desacreditar o perito de Michelle Carter na presença dos meios da comunicação escrita e televisiva. Eu só vim a saber sobre o que aconteceu, depois que a audiência acabou e a mídia começou a me telefonar.

Meus aliados naturais para esta audiência de emergência foram os dois advogados de Michelle, que normalmente teriam dado voz ao meu ponto de vista. Mas os advogados de Michelle receberam a chamada a menos de 24 horas do início da audiência. Um advogado estava fora da cidade em férias e o outro estava em um julgamento. Eles não podiam comparecer à audiência com tão pouco tempo e eu não tive a oportunidade de fornecer uma refutação às acusações inflamadas do Ministério Público.

O Ministério Público pediu ao juiz Moniz para que eu fosse impedido de qualquer outro e futuro escrito sobre o julgamento de Michelle Carter, assim como sobre qualquer aspecto desse caso (carta de apresentação, Registro Público 55). Este movimento extraordinário, denominado restrição prévia ou censura pré-publicação, é um grande ataque à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa.

O movimento apresentado ao juiz continha falsidades e alegações infundadas sobre o que tenho escrito e até mesmo sobre minhas pretensas intenções para futuras publicações. Sem evidência alguma, o Ministério Público alegou que eu planejava colocar os registros médicos selados (embargados) do falecido namorado de Michelle nos meus recém-publicados arquivos da Michelle Carter.

Eu fui o único perito psiquiátrico ou médico no julgamento de Michelle Carter, e poucos outros tiveram o conhecimento ou a oportunidade de examinar o comportamento do Ministério Público e o veredito do julgamento. Ora o Ministério Público estava determinado a manter o controle da narrativa do caso, arruinando a minha credibilidade no espaço público.

Sufocando o meu exame crítico do julgamento e seus problemas, assim também estão a proteger a indústria de drogas psiquiátricas e evitando o exame mais aprofundado do papel que as drogas psiquiátricas desempenharam ao arruinar a vida de Michelle Carter e do jovem que se matou.

A situação atual

Após a audiência de 11 de agosto de 2017, meu advogado conseguiu enviar uma refutação ao gabinete do Ministério Público e ao juiz Moniz, bem como aos advogados da Michelle Carter. Na minha resposta, rejeitei as alegações falsas do Ministério Público e tranquilizei o juiz sobre continuar a aderir ao embargo nos registros médicos de Conrad Roy. Eu tinha a permissão de Michelle Carter para usar seus registros para o meu blog e, portanto, o Ministério Público não podia contestar isso. O juiz programou uma audiência de acompanhamento em 21 de agosto, desta vez na presença dos advogados da Michelle.

Estamos agora aguardando a opinião escrita final do juiz. Espero que ele rejeite totalmente a restrição anterior da minha escrita, mas danos consideráveis já foram feitos. O Ministério Público mais uma vez usou a sua autoridade de procuradoria e de ter acesso à mídia para deslegitimar todos os pontos de vista do caso Michelle Carter, exceto o seu próprio.

A ameaça da censura pré-publicação

Em sua carta de apresentação de 10 de agosto de 2014 para a sua moção, o Ministério Público disse ao juiz Moniz: “O Estado solicita a este tribunal que Peter Breggin suspenda qualquer publicação, descrição de qualquer informação que tenha recebido no decorrer deste caso até que haja uma nova notificação do Tribunal “(Registro Público 55). Eles estavam tentando antecipadamente proibir-me de falar ou escrever sobre algo que eu aprendi com o caso Michelle Carter, presumivelmente incluindo qualquer coisa nos registros públicos e qualquer coisa que eu testemunhasse enquanto perito.

Na lei americana, as poucas exceções que permitem restrições prévias incluem intervenções do governo federal baseadas em segurança nacional em tempo de guerra, e até mesmo isso é objeto de controversas.

A resistência à restrição prévia ou à censura pré-publicação é historicamente central para a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. O juíz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Warren Burger, escreveu: “As restrições anteriores ao discurso e à publicação são a violação mais séria e menos tolerável dos Direitos da Primeira Emenda”.

Parar a publicação de escritos antes da sua publicação desafia a Primeira Emenda. Prevenir ou punir as pessoas, antecipadamente ou não, de falar ou escrever sobre o conhecimento geral de um caso legal, incluindo seu testemunho público no julgamento, provavelmente não tem precedentes.

Então, o que está movendo o Ministério Público a tomar medidas tão extremas para tentar parar esse blog e qualquer outra coisa que eu possa escrever sobre o caso?

A importância da escrita sobre Michelle Carter

A condenação de Michelle Carter por acusações de homicídio culposo, por supostamente dizer ao namorado que voltasse ao seu carro para morrer de intoxicação por monóxido de carbono, foi uma enorme injustiça. Isso em si é motivo suficiente para que alguém escreva sobre o caso e eu sou um dos poucos em posição para fazê-lo.

Michelle não só foi condenada injustamente, visto que dois ou mais anos antes do julgamento o Ministério Público havia começado a submete-la- a uma crítica pública devastadora, isto para que ela parecesse um monstro. Michelle merece ter a sua história contada por alguém que não está ali para prejudicá-la.

Existe também um motivo de saúde pública e segurança para escrever sobre o caso. À Michelle e ao seu namorado, Conrad Roy, foram prescritas drogas antidepressivas que contribuíram para a ruína de suas vidas jovens e, eventualmente, para a vida de suas amadas famílias. O público, as profissões de saúde e da justiça, bem como as instituições científicas, educacionais e políticas da sociedade, todos precisam conhecer os danos que as drogas psiquiátricas estão infligindo a milhões de crianças e jovens.

Quão incomum é a tentativa do Ministério Público de interromper meu blog?

No passado, eu não apenas escrevi blogs e artigos científicos sobre os meus casos legais, mas escrevi um livro inteiro, Medication Madness (‘Loucura de Medicação’) com base em várias dúzias de casos legais. As décadas que passei escrevendo sobre meus casos legais forneceram uma fonte importante de informações científicas sobre os efeitos adversos das drogas psiquiátricas na vida mental e no comportamento das pessoas.

Como ocorreu no caso de Michelle Carter, algumas vezes os juízes colocaram um lacre em registros de outros casos em que testemunhei. Isso geralmente é feito para proteger os interesses das empresas farmacêuticas, mas neste caso foi para proteger a privacidade do falecido Conrad Roy. Em todos os casos, tentei o meu melhor para aderir a essas restrições.

Por exemplo, segurei a publicação de informações importantes que eu havia analisado de um caso de responsabilidade do produto Paxil contra a GlaxoSmithKline. Não escrevi sobre o que eu sabia até que outro juiz mais tarde liberou os documentos. Então, publiquei uma das minhas mais importantes séries de escritos científicos sobre a negligência da empresa de drogas, que não alertou sobre os riscos de suicídio, violência, excesso de estimulação e mania em crianças e adultos. (Para mais informações, vá aqui e aqui.)

Também incorporei a informação aos meus livros para profissionais e para o público em geral. Em suma, a informação de casos legais é uma das fontes mais importantes de informação sobre os efeitos adversos de drogas que prejudicam não só os indivíduos, mas também a segurança pública.

Ao longo desta longa história de escrita sobre casos legais, ninguém até agora tentou usar os tribunais para impedir que eu escrevesse sobre qualquer coisa. Na minha discussão sobre as ações do Ministério Público com vários advogados experientes, nenhum deles já ouviu nada parecido, incluindo o processo de chamar uma audiência unilateral (‘ex parte’) de emergência sobre uma questão que normalmente seria tratada fora do tribunal com um bate-papo amigável entre o Ministério Público e o advogado da defesa.

Como o ataque do Ministério Público foi extremo a respeito de Michelle?

Em 1989, Joseph Wesbecker derrubou e matou oito pessoas, ferindo mais 12. Ele perpetrou esse assalto em seu antigo local de trabalho no Kentucky. Em 1999, Eric Harris, o atirador em Columbine High no Colorado, junto com Dylan Klebold, chocou a nação e criou muitos imitadores. Harris e seu grupo mataram 12 estudantes e um professor, enquanto feriam mais 20 alunos e outro professor. Mais recentemente, em 2012, fui consultor da defesa na fase de condenação do julgamento de James Holmes. Holmes levantou-se na frente da tela de cinema em um cine em Aurora, Colorado. Fortemente armado, ele matou 12 pessoas e feriu outros 70 em um tiroteio.

Eu também fui perito em vários outros casos legais em que homens mataram seus colegas de trabalho, amigos, namoradas, esposas ou filhos. Em um caso, uma mãe atirou e matou seu próprio filho e tentou matar a sua filha a golpes com um bastão de beisebol. Em outro caso, um menino de dezesseis anos, um ano mais novo do que Michelle Carter, esfaqueou um amigo até à morte, enquanto estava sentado com outro amigo.

Em nenhum desses casos, o Ministério Público instigou tanto ódio contra o agressor como o gabinete do Ministério Público de Bristol County em Massachusetts contra Michelle Carter. Ao tentar sufocar a apresentação de Michelle sob uma luz mais equilibrada, o Ministério Público continuo o seu assalto implacável contra Michelle, mesmo depois que seu julgamento tenha terminado com uma condenação. O Ministério Público se recusa a abandonar a sua necessidade de controlar o que o mundo pensa de Michelle Carter. Se alguma vez houve uma disparidade no poder e um mau uso do poder, pelos promotores, é o que está ocorrendo entre os procuradores do Estado de Massachusetts e Michelle Carter.

O Ministério Público atacou Michelle tão violentamente na imprensa que milhões de pessoas passaram a odiá-la sem saber nada sobre ela enquanto pessoa. Quando ela estava entrando no tribunal para a sentença, uma multidão estava reunida e, pelo menos, uma pessoa foi exibida na TV, gritando contra ela: “Mate-se!” Para que estas milhões de pessoas fossem levadas a criticar Michelle, a principal senão não a única fonte de sua informação foi o fluxo de dados altamente seletivos que saíram dos gabinetes do Ministério Público para serem distribuídos aos meios de comunicação de massa.

A persistente campanha do promotor para assassinar o personagem Michelle é especialmente notória à luz do verdadeiro caráter e situação de Michelle. No momento da morte de Conrad, Michelle era uma adolescente vulnerável e muito amorosa, sofrendo com sérios problemas emocionais e médicos. Além disso, como todos os casos citados nesta seção, Michelle estava sob a influência de drogas antidepressivas que geralmente causam reações e comportamentos emocionais compulsivos e destrutivos, especialmente em pessoas jovens. Finalmente, Michelle estava enredada em um relacionamento muito autodestrutivo com um jovem mais velho, emocionalmente atormentado, que estava empenhado em completar uma de suas muitas tentativas de suicídio.

Assim como ela não estava emocionalmente preparada para lidar com os problemas de Conrad, Michelle estava menos preparada para atravessar uma implacável campanha de ódio internacional dirigida contra ela pelos meios de comunicação através dos promotores que representam o Estado de Massachusetts.

Os fatores incomuns no caso de Michelle

Eu sou um psiquiatra especializado nos efeitos nocivos das drogas psiquiátricas. O fator comum que me levou a cada um dos muitos casos de violência horrível que mencionei foi a exposição a antidepressivos prescritos perto ou durante seus supostos crimes. Descobri que os medicamentos desempenharam um papel em cada uma dessas tragédias. No caso de Michelle, ela havia recebido Prozac com 14 anos de idade por anorexia e depressão, e tinha sido mudada para Celexa nos três meses antes da sua personalidade ter sido tão radicalmente alterada, quando ela passou a ficar irritada, agressiva e até excessivamente auto-assertiva a tal ponto a encorajar Conrad a realizar seus planos para se suicidar.

Em outras palavras, a exposição à neurotoxicidade dos antidepressivos, bem como a outros medicamentos psiquiátricos, é o fator comum em todos os casos que descrevi.

O fator incomum, encontrado apenas no caso Michelle Carter, é a incrível inocência juvenil e até mesmo a deslumbrante infantilidade do suposto criminoso adolescente. Na hora do suicídio de Conrad, Michelle era inocente em muitos sentidos da palavra.

Michelle era uma menina ingenuamente dedicada a ser tão amorosa e útil quanto humanamente possível para todos que ela conhecia, e ela estava entre os jovens mais amados por colegas e adultos em sua pequena comunidade.

Michelle também era inocente no sentido de viver uma vida relativamente protegida. Ela teve pouca ou nenhuma exposição a alguém que estivesse emocionalmente torturado e constantemente expressando pedidos desesperados de ajuda para acabar com seu sofrimento. Conrad tentou suicídio muitas vezes antes de se matar e pediu-lhe que o ajudasse a ter sucesso uma última vez. Conrad também empurrou os esforços de Michelle para salvá-lo durante um período de dois anos, rejeitando todos os conselhos dela para que ele buscasse ajuda. Ele a manteve como prisioneira emocionalmente isolada, alertando-a de que a única coisa que o faria a odiá-la seria se ela contasse a alguém sobre sua determinação em se matar.

Ela também era inocente porque ninguém havia contado a ela e ela não sabia que drogas antidepressivas muitas vezes provocam uma grande variedade de reações emocionais, algumas potencialmente graves na faixa etária de Conrad e de Conrad. Os antidepressivos não só aumentam a frequência do suicídio, mas também fazem com que os jovens se tornem hostis, irritados, emocionalmente instáveis e até maníacos. Isso prejudica seu julgamento e muitas vezes causa uma deterioração em sua condição geral.

Na Parte 1 desta série fiz uma revisão de vários estudos, mostrando que até 50% das crianças desenvolverão alguns efeitos adversos, muitas vezes de natureza antissocial, como irritabilidade, agressão e perda de empatia. Os antidepressivos frequentemente causam comportamentos antissociais em todas as faixas etárias, porém com as taxas mais altas em crianças e adultos jovens.

Eu tenho escrito extensivamente sobre os perigos de antidepressivos em livros e artigos científicos. Com uma farta documentação científica, meu livro Medication Madness conta dezenas de histórias trágicas de pessoas que foram conduzidas para se comportar mal e para cometer assassinatos e caos por estarem em drogas psiquiátricas. No meu site, forneço um centro de recursos gratuito chamado www.123antidepressants.com. Aí eu ofereço muitos estudos científicos organizados por tópicos.

Michelle também era inocente legalmente na medida em que não quebrou nenhuma lei existente em Massachusetts quando, no final de dois anos, começou a encorajar Conrad a cumprir a sua longa ambição de se matar. O que levou o Tribunal de Apelações de Massachusetts a criar uma nova lei antes de Michelle ser julgada retroativamente por um crime que não existia no momento em que ele foi alegadamente cometido.

Finalmente, faltou intenção criminosa a Michelle. Cerca de dez dias antes de Conrad morrer, ela sucumbiu e finalmente concordou em encorajar Conrad a cumprir a sua ambição de morrer. Nos episódios desta história que se sucederam, nós podemos descobrir que Conrad queria e pediu ajuda para acabar com seu sofrimento e que o levasse ao céu. Em seu estado prejudicado, Michelle pensou que ela estava ajudando-o a ir para o céu, e em no estado dele igualmente prejudicado, ele agradeceu em sua nota de suicídio por ela ser tão solidária e amorosa com ele.

Talvez a própria inocência de Michelle, tanto em seu caráter quanto em suas ações, reforçou a decisão cruel do Ministério Público de Bristol para realizar uma campanha orquestrada para fazer de Michelle Carter um objeto de ódio – alguém que não poderia ficar impune, independentemente dos fatos ou das leis existentes no Estado de Massachusetts sobre homicídio culposo. Eu sugiro que a sua inocência “reforçou” a decisão deles de destruir na mídia e depois na sala do tribunal Michelle do pré-julgamento – e agora mesmo depois de sua condenação e sentença. Nós podemos achar que o Ministério Público pode ter outros motivos mais pessoais também para acumular essa crítica tão cruel e amarga sobre Michelle.

Revelações adiante

Esta série sobre Michelle Carter em Mad foi brevemente interrompida pela intervenção do Ministério Público em seu esforço para parar as publicações. Durante esse período, fiquei relativamente silencioso por respeito aos procedimentos judiciais.

Os relatórios futuros desta série incluirão como o escritório do Ministério Público, que retratou Michelle como uma mentirosa que exagerou tudo para chamar a atenção, tentou basear todo seu caso em algo que Michelle disse em um momento de remorso e culpa mais de dois meses após a morte de Conrad.

TDAH: Abordagens Alternativas ao Modelo Biomédico

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A questão do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) cada vez mais chama a nossa atenção. E há diferentes formas de enfrentar essa problemática, sob o ponto de vista da ‘des-medicalização’.

Veja aqui → um site que busca diálogos com alternativas ao modelo hegemônico biomédico para abordar essa problemática.

 

Ameaça de Fechamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

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O desmantelamento do Estado brasileiro – promovido pelo Governo Temer e seus aliados nos estados – é evidente em nosso cotidiano. Afinal de contas, o documento do PMDB “Uma Ponte para o Futuro”, quando ainda Temer era o vice-Presidente de Dilma, já anunciava com todas as letras o projeto da CASA-GRANDE.  Trata-se da versão tupiniquim do projeto do capitalismo em sua fase atual, conhecido como ‘anarcocapitalismo‘.

Não pode escapar do projeto de desmonte do Estado o seu sistema de saúde pública: as estruturas do nosso Sistema Único de Saúde (SUS). Exemplar: o desmonte dos CAPS.

O que está ocorrendo no Rio de Janeiro é um sinal de alerta.

Veja a matéria a seguir → 

E não perca esse depoimento → de um usuário sobre o papel do CAPS em sua vida.

 

Suicídios em Menores de 13 anos: Um em cada 5 dias

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Na CNN: de 1999 a 2015, 1.309 crianças de 5 a 12 anos morreram por suicídio nos EUA. Isso significa que, em média, uma criança menor de 13 anos morreu de suicídio quase que a cada cinco dias – durante esses 17 anos.

“Esse estudo examinou suicídios em 17 estados de 2003 a 2012, e demoliu os fatores a separar as idades de 5-11 e 12-14.

Problemas de relacionamento – como discussões ou outros problemas com amigos e parentes – foram o fator mais comum para ambos os grupos. Dadas as idades, os problemas, naturalmente, seriam mais propensos a envolver questões de namorado / namorada no grupo com mais idade.

Os problemas de saúde mental documentados foram igualmente prevalentes em ambos os grupos (cerca de 33%). Mas as diferenças nos tipos de problemas mentais foram intrigantes.

O transtorno de déficit de atenção foi mais comum no grupo de 5-11, enquanto o conjunto de 12-14 o mais provável foi o adolescente haver sido diagnosticado com depressão, disse a autora principal do estudo, Arielle Sheftall.”

Artigo →

Suicídio crianças

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