A Ameaça “técnica” da Indústria da Loucura

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Publicado na Radis.  Paulo Amarante, Psiquiatra, Pesquisador da Fiocruz e Presidente de Honra da Associação Brasileira de Saúde Mental, escreveu um artigo a respeito da Nota Técnica emitida em fevereiro pela Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

“As resoluções propostas abrem totalmente as portas para os interesses da ‘indústria da loucura’, empresas proprietárias de hospitais psiquiátricos e de ‘comunidades terapêuticas’ — onde se incluem as instituições religiosas —, para a indústria de medicamentos e de equipamentos médicos. Aspectos considerados muito delicados, como a liberação para a internação de crianças e adolescentes, a suspensão da política de redução de danos (e consequentemente da eleição exclusiva da internação integral e compulsória das pessoas que fazem uso abusivo de substâncias), a adoção da eletroconvulsoterapia (ECT) como política pública, inclusive com financiamento pelo SUS, dentre outras medidas, respondem aos anseios dos empresários que atuam no setor.”

Paulo Amarante entende que a chamada nova política de saúde mental do governo Bolsonaro faz parte da estratégia de desmonte do SUS.

“A nota é parte de uma estratégia consciente e bem determinada de desmonte do SUS e da reforma psiquiátrica e de restauração e ampliação dos interesses privados que atuam na saúde pública. Vai ser preciso continuar insistindo nas políticas de bases comunitárias, participativas, inclusivas e efetivamente voltadas para as pessoas com sofrimento mental e não para aquelas que as exploram.”

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