“O Diagnóstico é uma Forma de não Escutar”

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Publicado na última edição da Revista RADIS, agosto 2019: uma entrevista com Will Hall. No dia 02/7/19, a convite do LAPS (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental), Will Hall deu uma palestra sobre Os Desafios com a Retirada da Droga Psiquiátrica. Em seguida, a jornalista Elisa Batalha, da RADIS, Will Hall deu essa interessante entrevista.

“Na entrevista, ele fala sobre sua relação com a família, resgata situações do tempo em que era paciente e de hoje, quando atua como terapeuta, defende a participação dos usuários nos processos de recuperação e alerta para as estratégias de cooptação engendradas pelo mercado. Ao fim, recomenda: ‘A solução para os problemas de saúde mental é ouvir a voz dos pacientes’.”

A respeito do diagnóstico psiquiátrico, um dos temas centrais do III Seminário Internacional A Epidemia das Drogas Psiquiátricas, que ocorrerá na última semana de Outubro de 2019, na ENSP/RJ, evento promovido pelo LAPS, Will Hall perguntado sobre o que ele acha da proposta da Divisão Clínica da Sociedade Britânica de Psicologia responde o seguinte:

“É uma alternativa de diagnóstico mais orientada pela história e pela vida da pessoa. E também pelo trauma. A proposta é boa, mas ainda não vai até as raízes do problema. Qualquer coisa que enfrente o trauma, ouvindo as vozes e interessada na história da pessoa, é muito melhor do que temos agora. O que temos agora é o diagnóstico, que é uma forma de insultar, é uma forma de não escutar. O raciocínio é: ‘Eu vou ouvir e escutar só até ter o suficiente para dar um diagnóstico ou para colocar você em uma categoria.’ Nós já sabemos que, se para ter uma relação de amizade eu te coloco em uma categoria, isso vai destruir nossa relação. Então, temos que enfrentar o outro como outro e estar aberto à sua própria história, e desenvolver uma relação de confiança. Isso é essencial para a recuperação.”

 

 

 

 

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