Psicólogos e pacientes se adaptam às exigências de confinamento

Em um contexto de crise de saúde ligada ao Covid-19, alguns pacientes e profissionais continuam, a distância, o trabalho terapêutico.

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Publicado no LE MONDE, uma matéria assinada por Léa Iribarnegaray, mostrando como os profissionais de saúde mental estão fazendo uso de meios alternativos e criativos para oferecer seus cuidados em tempos de isolamento e confinamento social.

“Para recriar o divã, alguns não hesitaram em se instalar em seu carro, no banco do carona levemente inclinado – com o telefone um pouco atrás. Falando ao telefone, o seu psicanalista.”

Frente às medidas oficiais das autoridades francesas regulamentando os deslocamentos no quadro da luta contra a propagação do vírus Covid-19, o Sindicato Nacional dos Psicólogos da França acaba de tomar uma posição recomendando “teleconsulta para todos”, que não se pode considerar “o acompanhamento psicológico como não essencial. Se não são os profissionais de saúde na linha de frente, “os psicólogos participam da malha de cuidados psíquicos e da saúde mental. Em um contexto de epidemia nacional, ele(a)s devem estar lá para escutar e aliviar a ansiedade dos que sofrem”.

Que meios vem sendo empregados?  Conversas telefônicas, trocas de e-mails ou de SMS, videoconferências via Skype, FaceTime, Whatsapp, entre outras plataformas digitais.

Alguns relatos interessantes:

“ ‘No começo, eu tinha medo que não funcionasse’, afirma Claire (os nomes foram modificados), diz um dos pacientes. Como a maioria das pessoas interrogadas, a jovem de 28 anos se diz agradavelmente surpresa após um primeiro teste feito por telefone. Baseada em uma aliança terapêutica forte, a teleconsulta é sempre mais fluida quando feita em terreno conhecido. “

“De repente, o paciente faz emergir as coisas por telefone que ele não teria ousado dizer face-a-face”, explica Frédéric Tordo, psicólogo clínico. “Se chama isso de desinibição digital”.

Para que uma teleconsulta responda ao ‘contrato’ previamente acordado entre as quatro paredes do consultório, há necessidade de que as condições de um quadro ético e deontológico estejam reunidas. Como é bem observado pela jornalista, garantir a estrita confidencialidade de uma sessão pode parecer como um exercício acrobático em período de confinamento.

“É complicado de se isolar e ter uma intimidade total, diz Claire. Eu não quero dizer aos meus colegas com quem compartilho o meu apartamento que eu vou a um psicólogo”.

E com as pessoas menos favorecidas, que não contam com espaços para um mínimo de privacidade?  Jean-Pierre Couteron, psicólogo, diz o que uma de suas pacientes nessa situação faz, “quando a sua mãe sai para fazer compras, ela pega seu telefone para uma sessão de improviso”.

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