A Desgraça para os que usam Drogas para a Ansiedade

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O uso dos benzodiazepínicos, supostamente remédios para a ansiedade e para ajudar a dormir melhor, eis uma das maiores tragédias criadas pela aliança entre a Medicina mental e a Indústria Farmacêutica.

São inúmeras as evidências científicas sobre os danos produzidos por essa droga receitada por médicos. Não obstante, milhões entre nós fazem uso dessa droga. E após o seu uso em médio e longo prazos, é extremamente difícil romper com a dependência. E os danos causados são inúmeros.

Veja esse vídeo, em inglês com legendas em francês.

Benzodiazipínicos

As Drogas mais Promovidas são Aquelas com Pouco Valor Terapêutico, descobre estudo

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Um novo estudo, publicado no CMAJ Open, investigou a reivindicação, muitas vezes feita por empresas farmacêuticas, de que a promoção de drogas é conduzida principalmente para informar e educar médicos. O exame do Dr. Joel Lexchin descobriu que muitas das drogas mais vendidas e mais promovidas no Canadá tinham pouco ou nenhum valor terapêutico.

“Examinar se os medicamentos que são fortemente promovidos como aqueles que fornecem o maior benefício terapêutico podem ajudar a determinar se os médicos usam esse material promocional para se informar sobre medicamentos terapeuticamente importantes”.

DRUGS

O conhecimento de que as táticas de promoção de drogas influenciam os comportamentos de prescrição pelos médicos é “geralmente aceito”, escreve Lexchin. Enquanto as empresas farmacêuticas explicam o objetivo da promoção de drogas como meio de informar e educar profissionais, muitos expressam preocupações de que a influência da promoção de drogas pode ser mais prejudicial do que benéfica.

Um estudo recente, realizado nos EUA, descobriu que os 25 medicamentos mais promovidos em 2015 apresentaram baixo valor terapêutico, o que significa que estas drogas têm pouca eficácia, segurança, novidade e acessibilidade. Neste estudo, Lexchin pesquisou as drogas que são mais fortemente promovidas no Canadá, bem como o valor terapêutico dessas drogas.

O objetivo do estudo foi observar se a promoção de drogas é usada para informar os médicos da importância terapêutica dos medicamentos. Os relatórios anuais da QuintilesIMS, uma empresa que divulga publicamente e consistentemente a quantidade de dinheiro gasto em anúncios de revistas -, o número de visitas de representantes de vendas de medicamentos e as principais drogas por receita de vendas, foram utilizados para coletar dados sobre promoção de drogas.

Lexchin registrou os nomes dos 50 principais medicamentos promovidos em 2013, 2014 e 2015. Ele excluiu os medicamentos que foram apresentados duas vezes (genéricos e nomes de marca) e instrumentos utilizados para medir o nível de glicose no sangue. Para determinar o ganho terapêutico de produtos, Lexchin referiu-se a duas fontes diferentes, o Conselho de Revisão de Preços de Medicamentos Patentes  (Patented Medicine Prices Review Board -CEPCR) e o boletim de medicamentos francês independente Prescrir International.

“Eu escolhi essas fontes porque ambos oferecem avaliações objetivas de valor terapêutico que não exigem qualquer interpretação subjetiva”, explica.

 Embora ambas as fontes tenham critérios e processos de avaliação ligeiramente diferentes, ambos avaliaram principalmente drogas com base na eficácia e segurança. Com base nessas avaliações, as drogas foram classificadas em três categorias principais, (1) maior ganho terapêutico, (2) ganho terapêutico moderado e (3) pouco ou nenhum ganho terapêutico. No entanto, é importante notar que a informação terapêutica só estava disponível para 53% dos medicamentos mais promovidos e 66% dos medicamentos mais vendidos.

Os resultados demonstraram que 90-96% dos medicamentos mais promovidos foram classificados como tendo pouco ou nenhum ganho terapêutico. O mesmo aconteceu com 77-79% dos medicamentos mais vendidos. A diferença no valor terapêutico das drogas entre as drogas mais vendidas e as mais promovidas foi significativa apenas no ano de 2013.

“O achado de que houve uma diferença na distribuição terapêutica entre os medicamentos mais promovidos e os medicamentos mais vendidos em apenas 1 dos 3 anos estudados pode significar que existem poucos produtos terapeuticamente significativos que podem ser promovidos”, escreve Lexchin.

Embora, ele acrescenta que talvez as drogas com alto valor terapêutico sejam vendidas sem a necessidade de promovê-las, ou são promovidas através de outros métodos. Os números que detalham as despesas promocionais em 2013 indicam que 96,5% das despesas foram direcionadas a medicamentos classificados como tendo pouco ou nenhum ganho terapêutico. Nenhuma proporção de gastos foi dedicada a drogas classificadas como tendo maior ganho terapêutico. Em 2014, 92% do dinheiro gasto foram para promover drogas com pouco ou nenhum ganho terapêutico, seguido de 93,8% em 2015.

Os resultados deste estudo são que a maioria dos esforços de promoção e propaganda foram centrados em promover drogas com pouco ou nenhum valor terapêutico e que a maioria dos medicamentos mais vendidos refletiu esse padrão também.

Outro estudo examinou a promoção através de reuniões, palestras, publicidade direta ao consumidor, standards em conferências médicas e mais, e descobriu que informações de segurança minimamente adequadas sobre drogas foram fornecidas em menos de 2% das promoções que ocorreram tanto em Vancouver quanto em Montrea . Dado o número de estudos realizados no Canadá e nos EUA, com resultados que destacam os padrões de promoção de drogas, a questão pode ser generalizada.

“A Innovative Medicines Canada, a organização que representa as empresas baseadas em pesquisa, diz em seu site que seu mandato é fornecer ‘acesso à educação e informações sobre os usos apropriados de nossos produtos e serviços’ aos médicos. As descobertas do estudo atual e aquelas feitas por Mintzes e colegas a respeito dos representantes de vendas, levantam questões sobre se este mandato está sendo cumprido”.

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Lexchin, J. (2017). The relation between promotional spending on drugs and their therapeutic gain: a cohort analysis. CMAJ Open5(3), E724. doi: 10.9778/cmajo.20170089 (Link)

 

“O DÉFICIT DE ATENÇÃO ESTÁ NO COMPORTAMENTO DA NOSSA SOCIEDADE E NÃO NAS NOSSAS CRIANÇAS”

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Publicado no Plataforma Família: Apesar do medicamento, a princípio, deixar a universitária Marcela mais focada durante as oito horas de efeito, ela começou a perceber que mesmo não tomando a Ritalina, ela conseguia decorar seus textos do teatro, por exemplo. Ao questionar a médica sobre esse fato, recebeu como resposta que é comum os sintomas não aparecerem de forma prejudicial nas áreas em que se tem mais habilidade.

A partir disso, a autora começou a questionar o motivo dela, e das milhares de crianças, serem medicadas com psicofármacos diariamente no mundo.  Ela chegou à conclusão que a hiperatividade é uma forma de padronizar as crianças através de medicamentos que modificam seus comportamentos, de modo que ajam como socialmente é o esperado delas.  Foi o que aconteceu com ela na sua infância. Não há uma preocupação por parte dos adultos em que essas crianças se tornarão um dia, a preocupação está, por exemplo, se ele/ou ela ingressará nos melhores cursos universitários. A escola deveria adaptar-se às novas realidades; mas, pelo contrário, tenta encaixar seus alunos nos velhos padrões. Tudo isso contribui para que as crianças que saem dos padrões sociais sejam cada vez mais medicadas.

Levando em consideração a experiência e opinião de Marcela, podemos nos perguntar: o TDAH é uma doença ou é uma forma de controle social?

Leia a matéria original na íntegra →

 

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A Ciência está se Aproximando do Buda

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Publicado em Big Think: no novo livro de Robert Wright, Why Buddhism is True (Porque o Budismo é Verdadeiro), ele ilustra como a ciência contemporânea tem confirmado alguns dos principais princípios e crenças do budismo.

Artigo →

Buda

“Bipolaridade pode Prejudicar os Estudos”

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mulhercuriosa.com.brcrianca-bipolar-como-identificar-tratar-de-forma-rapida

Saiu em Metro. Uma matéria onde é reafirmada a natureza científica da noção de ‘transtorno bipolar’ e a incidência desse transtorno na infância.

A propaganda para a medicalização psiquiátrica da nossa infância é inescrupulosamente feita sistematicamente na mídia brasileira.

Um exemplo eloquente é a publicação dessa matéria sobre o chamado ‘transtorno bipolar’ na infância, que está no jornal de grande circulação de massa O Metro/RJ, em sua edição de hoje.

A matéria ensina pais e professores a identificar o ‘transtorno’. Alerta a todos que “devemos estar atentos para momentos de extrema euforia alternados com períodos de desânimo exagerado, e ambos sem motivo aparente, ou de maneira desmedida”.  Chama a nossa atenção para o fato de que isso pode passar despercebido ou confundido com o outro transtorno muito comum na infância, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).  A recomendação é que se procure um profissional de saúde, em especial, um neuropediatra ou psiquiatra. E para dar a suposta base científica, é dito que tais transtornos estão relacionados a áreas afetadas do cérebro, e são exibidas ilustrações de regiões do cérebro supostamente afetadas pelo ‘transtorno’.

A matéria nada diz que o ‘transtorno bipolar’ é uma noção fundamentalmente não verificável cientificamente, com ampla literatura a demonstrar que isso não passa de um ‘mito’ para atender os interesses corporativos da Psiquiatria e da Indústria Farmacêutica. A definição dada pela Psiquiatria é nada mais e nada menos do que uma descrição de certos comportamentos e sentimentos considerados inoportunos, desagradáveis. Se uma pessoa atende a esses critérios, ele / ela é dito ter transtorno bipolar.  Porém, o que imediatamente precisa ser observado é que o ‘transtorno bipolar’, em comum com os outros “transtornos” da psiquiatria, não possui nenhum valor explicativo. Para ilustrar isso, considere a seguinte conversa hipotética:

Pai: Por que meu filho se comporta dessas maneiras extremas?
Psiquiatras: Porque ele tem transtorno bipolar.
Pai: Como você sabe que ele tem transtorno bipolar?
Psiquiatra: Porque ele se comporta dessas maneiras extremas.

Leia a matéria na íntegra→

Eu não Acredito em Transtornos Mentais, e Você?

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PsychLiverpool

mcornwallEm novembro de 2000, fiquei ansioso diante de quatrocentos e cinquenta profissionais de saúde mental reunidos. Entre administradores, colegas e acadêmicos, disse: “Oi, eu sou Michael Cornwall e não acredito em transtornos mentais!”

Fui o primeiro palestrante de uma grande conferência realizada em San Francisco. Eu não acreditava em transtornos mentais nem quando eu estava passando pela minha prórpia crise de loucura há 46 anos nem nos ultimos 30 anos servindo a pessoas loucas. Jay Mahler foi a única pessoa que veio até mim, e agradeceu por ter dito que não acreditava em transtornos mentais. Enquanto várias outras pessoas me trataram como se eu estivesse com alguma doença contagiosa.

Eu me senti estimulado a escrever este blog, porque acabei de ler um artigo de Marianne Farkas, publicado pelo Centro de Reabilitação Psiquiátrica, da Universidade de Boston, intitulado: “A visão sobre a recuperação (‘recovery’) hoje: o que é, e o que isso significa para os serviços”. Ela se refere às pessoas que precisam desses serviços, como tendo “transtorno mental grave”. O artigo foi escrito em 2007, mas ainda é recomendado por líderes do Centro de Reabilitação Psiquiátrica, para uma análise aprofundada do Movimento de Recuperação, com base, portanto, na visão de que as pessoas têm transtornos mentais graves.

O que acreditamos motiva muito que fazemos com as nossas vidas. Pelo fato de que eu não acreditava em doenças mentais, passei minha vida, desde que eu era uma pessoa jovem passando por uma crise de loucura, sem medicação ou tratamento, perguntando: “Se a loucura não é o que a bio-psiquiatria diz, então, o que é?” Eu criei minha própria definição de loucura com base na minha experiência pessoal, na minha experiência de trabalho como terapeuta, e na minha pesquisa como doutorando. Eu já compartilhei isso em blogs anteriores.

Agora, se eu acreditasse que a loucura era uma doença cerebral genética, eu poderia ter me tornado um bio-psiquiatra ou ter tomado medicações para minha crise de loucura.

Porque o transtorno mental é como a bio-psiquiatria se refere à loucura e a cada formulação diagnóstica em seu DSM. Eu nunca digo às pessoas que estou a serviço de um transtorno mental. Pois não as vejo através dessa lente do DSM.

Eu as vejo como eu me vejo: uma pessoa que pode ter várias experiências de sofrimento emocional, sofrimento este que às vezes assume a forma de loucura.

Fui recentemente chamado à atenção por um colega, líder nacional de recuperação (‘recovery’), por descrever a mim, e a outros, como capazes de experimentar sofrimento emocional. Ele disse que o sofrimento é a palavra errada – a aflição (ou angústia) é a mais precisa. Mas eu não acredito nisso, porque não reflete minha própria experiência ou, como descreveria, a dor dos outros quando estão aterrorizados, em desespero ou em loucura. A aflição (ou angústia) é uma forma leve de sofrimento na minha compreensão, como se fosse uma indigestão, que com um sal de frutas talvez alivie. Mas isso é só o que eu acredito.

Nossa cultura e nosso mundo estão repletos de crenças polarizadoras – políticas, religiosas, etc. Em uma reunião, eu ouvi alguém chamar um líder nacional do Movimento de Recuperação de nazista, porque esse líder havia dito que a recuperação completa era possível. A pessoa que o chamou de nazista temia que, se as pessoas loucas acreditassem nele e não tomassem medicação, haveria um holocausto, e este líder seria o responsável por tais mortes. Também já ouvi colegas chamarem bio-psiquiatras de nazistas.

Até onde podemos seguir no respeito e na oposição aos sistemas de crenças extremamente diferentes dos nossos, antes de cair em xingamentos chamando as pessoas com opiniões diferentes da minha de nazistas, e de vê-las como malvadas?

Imagino que algumas pessoas acreditavam que Bob Whitaker tinha cruzado a linha quando escreveu seu blog, “The Taint of Eugenics in MIMH-Funded Research”. Por causa das minhas crenças, não acredito que ele tenha cruzado a linha.

Eu acredito que algumas práticas – como medicação forçada, isolamento com restrições, etc. para crianças, adolescentes e adultos, prescrição de drogas psicológicas para crianças – são todos abusos dos direitos humanos. Você acha que eu cruzei a linha dizendo isso?

Existe um terreno comum em que podemos permanecer, mesmo com nossas crenças polarizadas? Esse pedaço de terreno comum a todos varia em tamanho. Às vezes, não existe.

Eu não acredito em doenças mentais. Eu acredito que somos almas soberanas que não devem ser presas ou receber tratamentos forçados. Mas sim, que nos sejam oferecidos tratamentos que não façam NENHUM tipo de mal para aqueles que passamos por um sofrimento emocional e uma crise de loucura. Eu acredito que devemos receber respeito, amor e compaixão.

No que você acredita?

Olga Runciman: ‘Sobrevivente’ da Psiquiatria

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Mad in BrasilCom relação aos que tiveram a experiência de ‘surto psicótico’, que foram diagnosticados como ‘esquizofrênico’ ou como ‘psicótico’, que foram internados e que estão sob tratamento com drogas psiquiátricas, o senso-comum é que tal experiência existencial é um passaporte para a loucura sem volta, condenando ele/ela a passar o restante da sua vida enquanto paciente / ou ‘usuário’ psiquiátrico.  .

Eis o exemplo da dinamarquesa Olga Runciman. Sua trajetória de vida desmente radicalmente o senso-comum de que se trata uma doença como outra qualquer, fazendo parte do rol das doenças crônicas. Olga foi diagnosticada como ‘esquizofrênica’, ficou internada por 10 anos em um hospital psiquiátrico em Copenhague, tentou suicídio várias vezes; e, não obstante, conseguiu deixar de ser paciente psiquiátrica, é uma militante contra o modelo biomédico da psiquiatria, formou-se em psicologia e é hoje psicoterapeuta especializada em tratamento das psicoses.

Em 2015, à convite da ABRASME e do LAPS/ENSP/FIOCRUZ, Olga apresentou a sua trajetória no II Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental (em João Pessoa), e em uma conferência na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).

Olga é exemplo eloquente para todos nós.

Vide a sua apresentação em um evento mais recente, que foi organizado pelo Internacional Institute for Withdrawal of Psychiatric Drugs, com legendas em espanhol disponíveis, clicando aqui →

 

Olga

 

Depressão no Google

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De Yahoo! Finanças: o Google está iniciando um novo recurso de pesquisa que ajudará a verificar se os seus usuários estão deprimidos. As pessoas que fazem consultas no Google relacionadas à depressão receberão agora o aviso: “Verifique se você está clinicamente deprimido” e é convidado a responder um questionário de triagem da depressão.

Veja o artigo aqui →

Google

Sobre o Transtorno de Personalidade Limítrofe

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O transtorno de personalidade limítrofe (popularmente conhecido como ‘border-line’) é um dos diagnósticos de saúde mental mais controversos e, no entanto, não é incomum. Clare Allan, premiada novelista e colunista do The Guardian, dá uma declaração pessoal muito importante para se entender o que está em jogo com esse diagnóstico psiquiátrico.

Veja aqui →

Bordline

Quais são as suas Experiências com a Assistência em Saúde Mental?

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Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images

Iniciativa do jornal britânico The Guardian ⇒

O jornal irá publicar uma série de reportagens sobre a situação atual do sistema de assistência em saúde mental no Reino Unido, e quer preparar as reportagens à partir das experiências dos cidadãos do Reino Unido. O interesse abrange os profissionais de saúde mental e os usuários dos serviços.

Como diz a chamada:

“Por favor, compartilhe suas sugestões de histórias, projetos, inovações e pessoas que você gostaria de ver incluídas em nossa nova série sobre saúde mental no formulário abaixo. Não publicaremos nada sem primeiro entrar em contato com você, seu anonimato pode ser mantido se essa for a sua vontade.

Confira a matéria na íntegra →

Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images
Photograph: Gary Waters/Getty Images/Ikon Images

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