Anatomia de uma Psiquiatra

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Esta semana, na Rádio MIA, entrevistamos a Dra. Sandy Steingard. Dr. Steingard é diretora-médica do Howard Center, um centro comunitário de saúde mental onde tem trabalhado nos últimos 21 anos. Ela também é Professora Associada Clínica de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Vermont. Por mais de 25 anos, sua prática clínica incluiu principalmente pacientes que experimentaram estados psicóticos. Dr. Steingard atua como Presidente do Conselho da Fundação para a Excelência em Cuidados de Saúde Mental. Ela foi nomeada para Best Doctors in America em 2003 e escreve regularmente para Mad in America. Ela é editora do livro Psiquiatria Crítica, Controvérsias e Implicações Clínicas, previsto para 2019.

Nesse episódio nós discutimos:

  • O que levou Sandy à sua carreira em psiquiatria e seu interesse particular pelos aspectos críticos da psiquiatria e da psicologia.
  • Que o interesse inicial de Sandy foram as explicações biomédicas das experiências psicóticas.
  • Como, no final dos anos 80, o advento de novos antipsicóticos causou uma excitação inicial por causa das promessas feitas sobre segurança e eficácia, mas que Sandy passou a se dar conta dos problemas com as drogas.
  • Como ela testemunhou a superpromoção das drogas e que a promoção foi marcadamente diferente dos resultados dos estudos e de suas observações dos pacientes que os estavam tomando.
  • Como uma série de decepções e reconhecimento de algumas falhas inerentes à psiquiatria levou Sandy ao seu interesse em alternativas.
  • Que o livro, A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos da Marcia Angel teve um grande impacto durante os anos 2000 sobre a visão de Sandy.
  • Outros livros influentes foram The Daily Meds, de Melody Petersen, e Side Effects, de Alison Bass.
  • Que a leitura de Anatomia de uma Epidemia,  em particular os aspectos problemáticos do uso a longo prazo de antipsicóticos, fez com que Sandy passasse a questionar a sua prática clínica.
  • O fato de ela encontrar colegas às vezes irritados com a conclusão de que os antipsicóticos poderiam não ser seguros ou não levar a melhores resultados para os seus pacientes.
  • Isso a levou à investigação de alternativas, como o Diálogo Aberto (Open Dialogue), treinando com Mary Olsen no Institute of Dialogic Practice e à descoberta da Rede de Psiquiatria Crítica e o trabalho da Dra. Joanna Moncreiff.
  • Como Sandy aborda a prática clínica a partir de uma perspectiva crítica, particularmente quando as expectativas estão alinhadas com a narrativa biomédica dominante.
  • Seu livro, Critical Psychiatry(Psiquiatria Crítica), com data de março de 2019 para o lançamento, visa ajudar os clínicos a aplicar estratégias de transformação em suas práticas clínicas.
  • Que os psiquiatras seriam bem servidos, ao acolherem a experiência vivida em sua prática diária.
  • Por que o consentimento informado deve ser visto como um processo contínuo e não como um acordo único.
  • Os problemas que surgem em estudos clínicos onde a experiência é traduzida em uma forma numérica.

Links Relevantes:

Critical Psychiatry, Controversies and Clinical Implications (due 2019)

How Well Do Neuroleptics Work?

 

 

 

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http://www.jfmoore.co.uk James Moore experimentou o sistema psiquiátrico e os remédios psiquiátricos na própria pele, após uma crise psicológica relacionada ao estresse. Acreditando estar fundamentalmente quebrado, passou muitos anos em drogas psiquiátricas, antes de despertar para a realidade de que a psiquiatria tem poucas respostas para dificuldades humanas. James produz e hospeda o primeiro podcast da comunidade do Mad, no qual ele entrevista especialistas e aqueles com experiência vivida, para desafiar alguns conceitos errôneos comuns sobre psiquiatria, drogas psiquiátricas e o modelo bio-médico.