Pesquisadora da Fiocruz: Dr. Quirino esconde os dados objetivos do quadro da saúde mental no Brasil; os últimos foram publicados em 2015

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Publicado em VioMundo, artigo da Psiquiatra Ana Paula Guljor, pesquisadora do LAPS/ENSP/Fiocruz e diretora da ABRASME. Em uma matéria escrita pela jornalista Conceição Lemes, a política oficial do governo Temer de desmonte das estruturas da reforma psiquiátrica brasileira é analisada e denunciada. Está sendo revertida a lógica organizativa da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ao serem privilegiados os leitos hospitalares psiquiátricos. Vem ocorrendo uma explícita guinada pró-empresas privadas de saúde e comunidades terapêuticas em detrimento do SUS. E recentemente, em 27/11, foi lançada a Frente parlamentar Mista em Defesa da Nova Política Nacional de Saúde Mental e da Assistência Hospitalar Psiquiátrica.  O que se pode esperar do governo Bolsonaro que começa no próximo janeiro? A seguir trechos do artigo da Dra. Ana Paula Guljor.

“(…) Assim, Dr. Quirino, o que posso dizer de seu pronunciamento, além de lamentar as informações inconsistentes sobre as pesquisas no campo da avaliação de resultados do processo de Reforma Psiquiátrica?

Acho que posso dizer que seu grupo — empresários da saúde, corporações ligadas a indústria de medicamentos, parlamentares financiados pela indústria da loucura e da doença — e seus projetos de destruição das conquistas sociais são parte de uma história que muitos de nós já viveram.

Me refiro aos que, lá atrás, construíram a Reforma Psiquiátrica, a Reforma Sanitária e o processo de retorno à democracia do Brasil.

Novas roupagens, antigos objetivos.

Mas, como a história evolui em ciclos, os avanços sociais seguirão.

Posso dizer, adaptando o poeta Mário Quintana: ‘Vocês passarão e Nós passarinho’.

Estamos entrando em uma era sombria, mas que é onde se agiganta a mobilização e a luta.”

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