Opioides: Como a Dor Enriqueceu a Big Pharma

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Recentemente o livro O triunfo da Dúvida, de David Michaels ganhou destaque através do site outras palavras, o lançamento ocorreu no dia 5 de março, pela editora Elefante. O Livro aborda apontamentos referenciais e críticos em relação ao marketing de corporações nos EUA, a ciência falsa e médicos gananciosos que estão impulsionando uma epidemia de drogas sem precedentes.

David Michaels produziu um livro de extrema importância e relevância que investiga a fundo, com comprovação consistente, as ações de corporações gigantes em busca de limpar a própria imagem e maximizar os lucros – deixando um rastro de destruição na saúde das populações.

“(…). Uma investigação do Los Angeles Times revelou que os próprios estudos da Purdue descobriram que os comprimidos de OxyContin liberam aproximadamente 40% dos ingredientes ativos de forma imediata; depois disso, a liberação é lenta. Como resultado, o efeito do medicamento se esgota em menos de doze horas para a maioria dos pacientes, deixando-os desesperados por mais. Para alguns, o efeito acaba em menos de seis horas. O resultado é um duplo golpe: a dor subjacente retorna, e o paciente entra em uma abstinência aguda do medicamento. A soma de tudo isso obriga o indivíduo a procurar por mais medicação, muitas vezes por uma dose maior. É claro que a Purdue estava ciente, mas continuou a vender o medicamento alegando sua eficácia por doze horas, impulsionando o uso e o vício — além dos lucros. (…)”

“(…). As evidências são simplesmente avassaladoras: fabricantes de opioides suprimiram alguns estudos, deturparam e valorizaram outros, alegaram que suas drogas não eram viciantes nem levavam facilmente ao uso abusivo e afirmaram que a abordagem mais eficaz para lidar com a dor do paciente era aumentar continuamente a dose da substância. Mas não se preocupe! Essas drogas não são particularmente causadoras de dependência. Você não acredita em nós? Basta perguntar à nossa campanha de relações públicas. Como demonstraram outras indústrias, com origens no auge do tabaco, a campanha de incerteza e desinformação sobre os impactos nocivos de determinado produto precisa unir ciência questionável a uma ampla pressão de relações públicas multissetorial. (…)”

“É muito fácil argumentar que tais medicamentos não são viciantes quando se escolhe a dedo os estudos e depois se interpreta mal os resultados. ”

Trechos retirados do capitulo 6 – O uso de opioides, disponibilizado pelo site, demonstra como essa epidemia está enraizada no abuso da ciência que os fabricantes dessas drogas praticam.

Para ter acesso ao capitulo completo acesse ao site: https://outraspalavras.net/outrasaude/opioides-como-a-dor-enriqueceu-a-big-pharma/