Caso Genivaldo: asfixia manicomial

O assassinato de Genivaldo revela que a criminalização do negro e da loucura fazem parte das ações do braço armado do Estado.

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Caso Genival: Asfixia Manicomial”, publicado no Le Monde Diplomatique, de autoria de Rachel Gouveia Passos e Márcia Campos Eurico: 

“No dia 26 de maio de 2022, Genivaldo de Jesus dos Santos, 38 anos, homem negro, trabalhador, pessoa com transtorno mental e morador da cidade de Umbaúba, em Sergipe, foi morto por policiais rodoviários federais, após ser brutalmente humilhado, amarrado e agredido. Genivaldo foi colocado dentro do porta-malas de uma viatura e um policial lançou uma bomba de gás lacrimogênio dentro do veículo sob alegação de que precisava ser contido, de acordo com os noticiários, a justificativa era um suposto surto psiquiátrico. Na análise preliminar do Instituto Médico Legal (IML) consta que Genivaldo morreu por asfixia e que a causa mortis foi insuficiência aguda secundária.”

“[…] Nesse sentido, o assassinato de Genivaldo revela que a criminalização do negro e da loucura são intrínsecas e que ainda hoje temos a adoção de estratégias clássicas utilizadas nos hospícios – violência, isolamento e contenção- fazendo parte das operações do braço armado do Estado. Diferentes matérias deram ênfase ao sofrimento psíquico de Genivaldo, transformando-o em um possível suspeito e criminoso, o que nos leva a indagar: até quando o sofrimento será motivo de penalização e morte?”

Confira a matéria na íntegra→ 

Policiais rodoviários federais trancaram Genivaldo na viatura e jogaram uma bomba de gás lacrimogênio (Reprodução)