É bem sabido que o número de disgnósticos de TDAH em crianças e adolescentes cresceu no mundo todo de maneira dramática. E como consequência, muitas delas veem sendo medicadas desde muito novas. Nesse sentido, o artigo Por que o diagnóstico biomédico do TDAH tem se tornado tão dominante? de Michael W. Corrigan, Robert Whitaker e Fernando Freitas, traz contribuições importantes.
Publicado na revista Práxis Educacional, o artigo faz uma revisão histórica de como o diagnóstico de TDAH vem sendo construído. O argumento principal utilizados pelos autores é que apesar de chegar ao grande público que o TDAH apresenta origem em fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e múltiplos genes associados, não existem evidências seguras e confiáveis de uma determinação biológica.
Para contribuir com a discussão, os autores analisam um estudo sobre TDAH, considerado um grande avanço científico, o qual conclui que o cérebro de crianças com TDAH seriam menores do que o de crianças que não apresentam o tal transtorno, publicado pelo Lancet Psychiatry. Os autores acharam várias falhas na análise do estudo, o que poem por terra que o estudo trouxe evidências definitivas sobre a base biológica do TDAH.